Pubalgia e Fisioterapia Desportiva






Guia Definitivo do Pilates no Tratamento da Pubalgia - Blog ...

De causa multifatorial, não é possível atribuir uma causa única. Geralmente está associado a sobrecarga de exercícios, desequilíbrios musculares, encurtamento muscular, redução de mobilidade das articulações coxo-femoral e sacro-ilíaca, micro-lesão no adutor, enfraquecimento da parede abdominal entre outros.

Muito comum em jogadores de futebol, pelos chutes repetidos e também em esportes com troca de direção constante e contato físico; em 80% dos casos os pacientes referem dor na região adutora e em 40% ao redor da sínfise púbica. Podem também referir dor na região baixa do abdômen (30%), no quadril em 12% e na bolsa escrotal em 8%.

O quadro clínico pode iniciar-se de forma aguda ou crônica, com dor na região inguinopúbica, normalmente unilateral, com possível irradiação para a parte medial da coxa até o joelho e também para os testículos. A palpação da sínfise púbica é dolorosa, assim como a dos tendões circunvizinhos, que podem apresentar diferenças de tensão entre os lados. A intensidade da dor é aumentada pela contração resistida e estiramento dos músculos adutores e abdominais.

Anatomia

Para entendermos o mecanismo de lesão, devemos compreender a anatomia da região. O osso Ilíaco (popularmente conhecido como bacia) é composto por três partes: Íleo, Ísquio e o Púbis. O púbis é local de inserção dos músculos adutores e são eles, principalmente, além do reto anterior do abdômen que são envolvidos com a pubalgia. Os músculos desta região, especialmente seus tendões, ficam inflamados devido ao estresse repetitivo na região da sínfise púbica.

O púbis está dividido em três partes: ramo horizontal, lâmina quadrilátera do púbis e ramo descendente do púbis.

A borda superior do ramo horizontal do púbis e a borda inferior do ramo descendente juntam-se, formando o ângulo do púbis. A face sagital do ângulo do púbis forma uma superfície articular ligeiramente côncava com o grande eixo oblíquo para baixo e para trás. Esta superfície articular e sua homóloga do púbis oposto articulam-se através das facetas laterais convexas do núcleo fibroso interpúbico.

A articulação é reforçada por: um ligamento anterior muito espesso, cujas fibras são transversais e entrecruzam-se com as fibras oblíquas das expansões do reto do abdômen, oblíquos, piramidal e adutores médios; um ligamento posterior; um ligamento superior e um ligamento inferior ou ligamento arqueado subpúbico, cujas fibras se confundem lateralmente com as expansões terminais dos adutores médios.

Classificação

Grau I – Sintomas unilaterais, no membro inferior do chute

Grau II – Sintomas bilaterais nos adutores

Grau III – Sintomas bilaterais nos adutores e também no reto abdominal. Incapaz de praticar esportes

Grau IV – Associado a dor na coluna lombar. Atividades como defecar, espirrar e andar causam dor

A Pubalgia pode ser do tipo aguda (traumática) ou crônica. Em todos os casos o repouso é sempre recomendado. O processo inflamatório está presente por pouco tempo, mas a lesão pode se transformar rapidamente em um processo crônico se não houver tratamento.

A pubalgia aguda se torna crônica geralmente porque os pacientes não se abstêm da atividade física. Esta condição pode durar meses ou anos e pode ocasionar à cessação da prática esportiva.

O padrão e a característica da dor também são informações importantes. A dor é em queimação, irradiada para a região medial das coxas, que piora após a atividade física e interfere na performance sexual.

Os movimentos que podem desencadear a pubalgia são:

Muitas mudanças de direção
Tiros
Dribles
Movimentos de rotação

Tratamento

Inicialmente, nos quadros agudos, a tentativa de repouso, medicação analgésica e anti-inflamatória e afastamento das atividades físicas associado a crioterapia (gelo), podem gerar melhora inicial parcial, porém os sintomas retornam com a volta a atividade esportiva.

A fisioterapia convencional, osteopatia, alongamentos, fortalecimentos musculares específicos é estimulado nas primeiras 6 semanas para um atleta profissional e 3 meses para um atleta recreacional. Após este período, caso o paciente não tenha apresentado uma melhora de 80% do estado incial, é sugerido o tratamento cirúrgico.

• Repouso, Crioterapia (gelo), uso de antiinflamatórios orais e medidas da eletrotermofoterapia para minimizar a dor e acelerar a recuperação;

• Saindo da fase aguda, pode-se introduzir compressas de água quente sobre a região, promovendo vasodilatação e acelerando a liberação de encefalinas que podem ser benéfícas na diminuição da dor e no relaxamento da musculatura adjacente;

• Assim que a dor diminuir, iniciar com os exercícios de alongamento (sem dor), para os adutores (região interna da coxa);

• Desde que não causem dor, os exercícios de fortalecimento abdominal e da região lombar;

• Exercícios de fortalecimento dos adutores, abdutores, flexores e extensores do quadril;

• Exercícios de estabilização do tronco e da coluna vertebral;

• Exercícios no leg press e os semi-agachamentos, tensionando a musculatura glútea, a virilha, o abdômen e a região lombar. Esta técnica ajuda a controlar movimentação excessiva na sínfise púbica;

• Os exercícios de propriocepção(giroplano, balancinho, mini-tramp) e os funcionais específicos do esporte (giros, deslocamentos, mudanças de direção), desde que não haja dor, bem como, os exercícios pliométricos (saltos).

RETORNO ÀS ATIVIDADES

• Em casos mais brandos, o atleta/desportista, perderá 3 a 5 dias;

• Em casos mais graves, repouso e tratamento de 3 semanas a 3 meses, podendo demorar até 6 meses. Neste caso, não deverá retornar até ser capaz de realizar os exercícios pliométricos(saltos e deslocamentos);

• Se o tratamento conservador não for eficaz, deve-se considerar o tratamento cirúrgico.

Um vídeo explicando o assunto:




Publicado em 03/06/11 e revisado em 27/04/20

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