Adoro pacientes que renovam minha energia!





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Ela chegou ao meu consultório com uma tipóia no braço esquerdo. Carinha de sofrida pela vida, mas com um sorriso estampando na cara, D. Maria José entrou para sala de avaliação toda faceira.  Depois da avaliação feita, constatado que não seria um tratamento curto e explicado como seria feito o tratamento e os objetivos, ela perguntou: bora começar o trabalho porque quero levantar meu braço logo. O caso dela? Uma queda que fez uma fratura em clavícula que impossibilitava o movimento total de ombro e braço. Típico ombro congelado. Não lembro de maiores detalhes!

Mas lembro que ela me chamava de "doctor" ou "minha doutorinha". E dia após dia, naquele mesmo horário, ela chegava com aqueles olhos esperançosos, azuis e com um sorriso na cara. Em quase 5 meses de tratamento, raros foram os dias que aquela mulher cheia de dificuldade, que tinha um marido ausente, um filho desobidiente,  que faltava grana no final do mês, que morava longe da Fisioterapia mas o plano dela só aceitava lá na clínica, chegava sem o sorriso no rosto. Ela sempre tinha uma palavra, uma frase que diminuia essas dificuldades a quase nada. E, quantas vezes, essa postura não me fez pensar se o tamanho dos nossos problemas não é a gente mesmo que cria!

D. Maria José não foi a única paciente que me deu lições. Não foi a única que me deu prazer em atender e constatar a melhora num esforço conjunto. Lembro do meu sorriso quando ela me falou que já conseguia pegar o vasilha plástica para marmita do marido no armário (o mesmo sorriso que eu abri quando escrevi essa linha!) e quando dei alta. Lembro também do seu agradecimento: obrigada pelas suas mãos mágicas.

Tem pacientes, que são assim: renovam nossa energia.  Quem teve a sorte de ter um paciente assim, sabe do que eu estou falando. Quem ainda não teve, observe mais ao seu redor.

A fisioterapia é muito mais deliciosa quando tem troca de afeto entre paciente e profissional!



Dicas do mês para estudantes e profissionais de Fisioterapia


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