Três métodos de reabilitação aquática




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Halliwick

    O Halliwick tem como premissa básica a teoria de que nenhuma informação pertence exclusivamente a apenas uma profissão. Esse método é multidisciplinar, pois reúne informações a partir de muitas áreas de conhecimento, sendo utilizado para ensinar pessoas com incapacidades físico-mentais a nadar; combina conceitos da mecânica dos líquidos, neurofisiologia, psicologia, pedagogia e dinâmica de grupo (CUNNINGHAM, 2000).

    Para Sacchell e Accacio (2007b), o principal objetivo desse método é proporcionar momentos de inteira independência no ambiente aquático. Pode ser utilizado em qualquer pessoa que apresente dificuldades físicas ou de aprendizado. A terapia deve enfatizar as habilidades do paciente e não suas limitações.

    Ainda de acordo com as autoras, o Halliwick é constituído pelo Programa de Dez Pontos, que envolve a aprendizagem psicomotora, ajuste mental, restauração do equilíbrio, inibição e facilitação. Atualmente, o programa é constituído de onze pontos, pois na década de 90 foi incluída a rotação sagital, mas continua sendo conhecido pela denominação original.

    O Programa de Dez Pontos baseia-se em: a) ajustamento mental: o paciente terá a capacidade de responder de forma apropriada a um meio diferente ou uma situação diferente, sendo importante, durante o exercício, o aprendizado do controle respiratório; b) desprendimento: o paciente torna-se física e mentalmente independente; c) controle de rotação sagital; d) controle de rotação transversal; e) controle de rotação longitudinal; f) controle de rotação combinada; g) inversão mental: o paciente deve acreditar que a água irá lhe sustentar, impedindo que afunde; h) equilíbrio em repouso; i) deslizamento turbulento; o terapeuta movimenta o paciente sem que haja contanto entre os mesmos; j) progressão simples e movimento básico.

O método dos anéis de Bad Ragaz

    Esse método reporta à década de 30 nos spas da cidade de Bad Ragaz, na Suíça, onde pacientes recebiam tratamento (GARRETT, 2000; ACCACIO; SACCHELL, 2007c).

    Na Alemanha, Knupfer aprimorou os exercícios para que fossem utilizados para estabilização de exercícios ativos resistivos. Os pacientes passaram a ser apoiados por flutuadores em forma de anéis em quatro regiões do corpo - cervical, pélvica, joelhos e tornozelos (ACCACIO; SACCHELL 2007c).

    O método proporciona o relaxamento, fortalecimento, reeducação muscular, alongamento da coluna vertebral, adequação do tônus, aumento da amplitude do movimento, melhora do alinhamento e da estabilidade do tronco, preparação de membros inferiores para suportar cargas, melhora da resistência e da capacidade funcional do corpo (GARRETT, 2000; ACCACIO; SACCHELL 2007c).

    De acordo com Campion (2000), os padrões utilizados pelo Bad Ragaz permitem que o fisioterapeuta e o paciente trabalhem juntos em cooperação e a força com a qual os movimentos são realizados pode ser cuidadosamente monitorada e graduada. Os exercícios somente podem ser realizados se o fisioterapeuta estiver na água, conduzindo e instruindo o paciente, pois este profissional age como ponto de estabilidade e fixação.

    Garrett (2000) reporta sobre as principais patologias que podem receber o tratamento por método, tais como ortopédicas, reabilitação pré e pós-cirúrgicos de tronco e extremidades, artrite reumatóide, osteoartrite, fribromialgia, miosite, paciente com AVC, traumatismo craniano, doença de Parkinson, paraplegia e tetraplegia, síndromes dolorosas de extremidades e tronco, distrofia simpática reflexa, mastectomizados, problemas de atraso no desenvolvimento.

    Na visão do mesmo autor, deve-se tomar precaução para evitar fadiga excessiva. Para pacientes com distúrbios vestibulares, o Bad Ragaz não é indicado. Para pacientes liberados à terapia, a movimentação deve ser mais lenta sendo importante a permanente atenção aos sinais de nistagmo.

Watsu

    O Watsu foi criado por Harold Dull em 1980 a partir do momento que começou a trabalhar com pessoas emersas em uma piscina morna, aplicando os alongamentos e movimentos do shiatsu zen que havia estudado no Japão (DULL, 2000; ZORNOFF, 2007).

    Esse método emprega conceitos peculiares pouco comuns para a medicina ocidental. Entre eles destacam-se a aceitação incondicional, os meridianos e o yin-yang. Foi criado para ser uma técnica de massagem que não era necessariamente destinada à pacientes; no entanto, terapeutas de reabilitação aquática reportaram resultados positivos quando aplicaram-no em portadores de distúrbios neuromusculares e músculo-esqueléticos (DULL, 2000).

    De acordo Zornoff (2007), o Watsu possui uma seqüência de movimentos durante a sessão, tais como abertura, balanço da respiração, movimentos livres, sanfona, sanfona rotativa, rotação de perna de dentro e rotação da perna de fora. Essa técnica possibilita um aumento da amplitude de movimento pela combinação de ausência de descarga esquelética induzida pela flutuação. Durante uma sessão, os movimentos repetitivos, a temperatura da água, o tempo de execução, a permanência e a respiração melhorada contribuem para a melhora da flexibilidade muscular.

Fonte


Dicas do mês para estudantes e profissionais de Fisioterapia


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