Saiba mais sobre os disturbios de movimento






Distúrbios de movimento ocorrem quando há dificuldade de controle e eles se tornam excessivos ou escassos, além de involuntários. Podem surgir em qualquer idade, por diversas causas, identificadas por meio de exames ou de características eletrofisiológicas.

Movimentos involuntários também são denominados hipercinesias. Os principais tipos são os tremores, distonias e coréias; a doença mais conhecida que se manifesta com tremor é a de Parkinson.

Tremores

Involuntários, rítmicos, oscilantes e em qualquer parte do corpo, os tremores são o tipo mais comum de movimentos involuntários. Resultam da contração e relaxamento dos músculos antagonistas. O tremor fisiológico é habitualmente imperceptível, mas em certas condições - fadiga, hipoglicemia, efeito de medicações - pode tornar-se visível.

Para classificar os tremores é necessário observar-se a frequência, velocidade e relação com o movimento - em repouso, em atividade e em determinada postura corporal. Os mais frequentes são o Tremor Essencial e o da doença de Parkinson.

Essencial

O Tremor Essencial é dez vezes mais frequente que o do Parkinson. Acomete, principalmente, os membros superiores e progride lentamente. O fator genético é visto como o principal risco para essa doença; pode ser identificado em cerca de 60% dos pacientes.

O TE pode ainda manifestar-se na fala, na mandíbula, além de outras partes do corpo. Sua intensidade também é diferente individualmente: pode ser discreto ou intenso, comprometendo atividades diárias como escrever e segurar objetos.

Para conclusão do diagnóstico, é necessário verificar se o temor não é decorrente do uso ou abstinência de drogas e medicamentos, além de distúrbios metabólicos e hormonais.

Sem cura, seu tratamento consiste em medicamentos para diminuir a intensidade. Em casos mais graves, indica-se procedimento cirúrgico.

Doença de Parkinson

Segunda doença neurodegenerativa mais frequente, estima-se que 2% da população mundial, acima de 65 anos, seja portadora, pelos cálculos da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Sua maior característica é a perda progressiva de células do sistema nervoso, entre elas as que produzem dopamina, neurotransmissor com importante papel no controle dos movimentos. As principais alterações neurológicas presentes na doença de Parkinson são lentidão de movimentos, rigidez muscular e o tremor de repouso.

Outros sintomas são alteração da fala, da marcha, da deglutição e do equilíbrio

Um dos fatores que permitem distinguir o tremor da doença de Parkinson do Tremor Essencial é que o primeiro deles ocorre inicialmente em uma única mão, enquanto o segundo habitualmente aparece nas duas concomitantemente.

Enquanto o tremor essencial surge quando a pessoa segura alguma coisa ou escreve, o parkinsoniano se manifesta em repouso, com a mão parada.

O tratamento da doença de Parkinson apenas controla as manifestações, elevando a quantidade de dopamina no cérebro. Fisioterapia, boa alimentação, diminuição do estresse e práticas de atividade física podem melhorar a qualidade de vida do paciente.

Distonia

O transtorno gera contrações musculares involuntárias, levando a posturas anormais, devido às alterações de certos circuitos cerebrais responsáveis pelo controle dos movimentos.

As distonias podem ser focais, acometendo apenas uma região ou ao executar uma tarefa, enquanto escreve, toca instrumentos ou digita, por exemplo. Em suas manifestações mais graves, chega a atingir todo o corpo. A forma focal mais comum é a que afeta o pescoço (torcicolo espasmódico) e geralmente surge em torno dos 40 anos.

O tratamento mais efetivo para as distonias focais é aplicação de toxina botulínica na região afetada. Medicamentos de uso oral são de pouca utilidade. Além do tratamento farmacológico a recomendação é de complementação com fisioterapia e terapia ocupacional.

Coreia

A origem da palavra, em grego, significa dança. A coreia é caracterizada por movimentos involuntários abruptos e de curta duração, com repetição intensa e variável. Pode ser consequente de uso de medicamentos, doenças inflamatórias sistêmicas com repercussão neurológica, causas genéticas, em situações mais raras, surgem durante a gravidez.

Tiques e Síndrome de Tourette

Já os tiques são movimentos repetitivos que comportam algum grau de controle voluntário. Possivelmente estão relacionados à alteração do sistema dopaminérgico no sistema nervoso central.

Tiques transitórios, que permanecem por um ano, são muito comuns na infância. Alguns indivíduos persistem com o tique localizado em alguma parte do corpo, normalmente na face. Antigamente, considerava-se como causa mais relevante um fator psicológico (Freud abordava o tema como um "conflito do inconsciente"). Nos dias de hoje, o fator psicológico é um agravante ou desencadeante, mas não causa.

Os agentes responsáveis podem ser disfunções de neurotransmissores cerebrais, especialmente a dopamina, conforme já mencionado e em certos tipos o fator genético pode ser relevante.

Na denominada Síndrome de Tourette ocorrem tiques múltiplos, não apenas motores, mas fônicos também. Podem estar presentes ainda movimentos de automutilação, como bater a cabeça, bater em si mesmo e colocar o dedo nos olhos. Um dos tipos de tratamento indicado para o controle é a terapia cognitiva. Medicamentos antipsicóticos também reduzem a intensidade dos tiques.


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