Tratamento de carboxiterapia para a celulite







A Dermato-funcional é uma área de trabalho com grandes oportunidades para a atuação fisioterapêutica. Tem como objetivo tratar os distúrbios estéticos, dermatológicos, metabólicos e  endócrinos com intuito de promover a saúde e o bem estar ao paciente.

Dentre os distúrbios estéticos recorrentes na prática clínica, os tratamentos para o fibro edema gelóide (FEG) são uns dos mais requisitados, sendo a Carboxiterapia, uma nova e promissora terapêutica para esse fim.

O FEG, conhecido como 'celulite', é uma desordem metabólica localizada no tecido subcutâneo que provoca alterações na forma  o corpo, desencadeando modificações na  derme, na microcirculação e nos adipócitos. É uma afecção do tecido conjuntivo subcutâneo caracterizado histologicamente por uma infiltração edematosa, não inflamatória, seguida de polimerização da substância fundamental produzindo reações fibróticas, podendo ser até dolorosas no aspecto clínico, e que se manifestam em forma de nódulos ou placas, apresentando ainda topografia localizada, sendo de incidência quase exclusiva do sexo feminino.

O FEG é uma descompensação histoangiológica, advinda de um ciclo vicioso envolvendo alteração bioquímica do interstício (aumento de viscosidade), estase vênulocapilar com hipo-oxigenação e conseqüente transformação do tecido adiposo em celulítico, e que evolui em quatro fases, iniciando por uma estase venosa e permeabilidade capilar anormal, progredindo até a fase fibrocicatricial com alteração de capilares. Para Ulrich apud Borges1, o FEG pode ser classificado em graus de severidade, sendo eles:

• 1ºgrau: a celulite só é visível através da compressão do tecido entre os dedos ou da contração muscular voluntária.

• 2º grau: as depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos.

• 3º grau: o acometimento tecidual pode ser observado quando o indivíduo estiver emqualquer posição

• 4º grau: tem as mesmas características do grau 3 com nódulos mais palpáveis, visíveis e dolorosos, aderência nos níveis profundos e aparecimento de um ondulado óbvio na superfície da pele.

Por se tratar de um distúrbio estético de etiologia multifatorial, vários são os tratamentos propostos para o FEG, envolvendo uma equipe multidisciplinar, onde os bons resultados são obtidos quando os procedimentos e recursos são perfeitamente integrados.

Nesse contexto, tem-se a Carboxiterapia, método novo, promissor no tratamento do FEG. A técnica é definida como a administração terapêutica do anidro carbônico (também denominado gás 3 carbônico ou CO2) através de injeção hipodérmica no tecido subcutâneo diretamente nas áreas afetadas.

A administração do CO2 pela via subcutânea tornou-se terapêutica freqüente na Europa desde os anos 30, principalmente na Itália e na Franca, o que colaborou para popularização do método a criação das Sociedades Italiana e Americana de Carbossiterapia as quais elaboraram estudos multicêntricos confirmando o método no tratamento das arteriopatias periféricas, bem como introduziu a terapêutica nas disfunções estéticas, como no FEG.

O mecanismo de ação do gás carbônico é, sobretudo, na microcirculação vascular do tecido conectivo, promovendo uma vasodilatação e um aumento da drenagem veno-linfática. Com a vasodilatação, melhora-se o fluxo de nutrientes, entre eles, as proteinases necessárias para  remodelar os componentes da matriz extracelular e para acomodar a migração e reparação tecidual.

Outros mecanismos de atuação incluem fratura direta da membrana adipocitária e alteração na curva de dissociação da hemoglobina com o oxigênio (efeito Bohr), promovendo assim uma verdadeira ação lipolítica oxidativa. Esta ação lipolítica oxidativa atua diretamente na etiologia do FEG, quebrando o círculo vicioso que envolve alteração bioquímica do interstício (aumento de viscosidade), estase vênulo-capilar com hipo-oxigenação e conseqüente sofrimento do adipócito, levando a lipogênese e hipertrofia.

Especialistas da área afirmam que não existem muitas contra-indicações e que também não existem importantes reações adversas sistêmicas descritas sendo, portanto, um método seguro, de fácil execução e amplamente utilizado na Europa, México e EUA.

Publicado em 01/02/12 e revisado em 17/12/18


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