Condutas de Fisioterapia para Artrite Reumatóide Juvenil






A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune sistêmica do tecido conjuntivo, que acomete predominantemente as articulações diartrodiais e as estruturas periarticulares, tendo como principal característica o
processo inflamatório de caráter crônico. A causa da AR não é conhecida e o foco da inflamação é o tecido sinovial, o que reveste as articulações.

O resultado desse processo autoimune é a inflamação das articulações e consequente dor, inchaço e rubor na região acometida, o que ocorre principalmente nas mãos e nos pés, levando à deformidade e à destruição das articulações por erosão da cartilagem articular, isto é, da membrana sinovial, chegando até os ossos. Por ser sistêmica, embora a principal característica da AR seja a inflamação das articulações, várias regiões do corpo também podem
ser comprometidas.

O tratamento para a AIJ assemelha-se ao das outras categorias de doenças inflamatórias, quer sejam de caráter crônico ou não, e inclui tanto medidas farmacológicas quanto não farmacológicas, tais como: fisioterapia, exercícios físicos, cuidados alimentares, entre outros.

A cinesioterapia é eleita como o melhor recurso terapêutico, objetivando a preservação da mobilidade articular, o comprimento e o tônus dos músculos, prevenindo e corrigindo as atrofias musculares.

Na fase aguda da doença, exercícios passivos são indicados para diminuir a dor, ganhar amplitude de movimento, prevenir contraturas musculares, aumentar a flexibilidade muscular e ativar o sistema circulatório. Com o avançar do tratamento, melhora da dor e do quadro clínico pode-se evoluir para exercícios assistidos, ativos-assistidos e então exercícios ativos, sempre respeitado os limites do paciente.

Eles possuem como objetivo melhorar a força e a potência muscular, desenvolver a flexibilidade do músculo, aumentar a amplitude de movimento e estimular a formação óssea. Os exercícios isométricos também são amplamente utilizados no tratamento desses pacientes, pois a ativação muscular é realizada em uma posição fixa, não ocorrendo alteração no comprimento do músculo, evitando assim a aplicação de tensão nas articulações.

Com a evolução do paciente, transformam-se os exercícios ativos em exercícios resistidos, com a adição de carga na parte distal da alavanca de movimento. Em relação aos alongamentos, tanto os passivos quanto os ativos devem respeitar os limites de dor e amplitude de movimento dos pacientes, evitando alongamentos vigorosos com amplitudes de movimento exageradas e preferindo sempre os estáticos em relação aos balísticos, que podem ser mais lesivos as articulações por provocarem oscilações de movimentos.

Dentro da cinesioterapia, há outros recursos facilitadores para realização da terapia pelo movimento, dentre eles podemos destacar: o uso da bola suíça e a hidrocinesioterapia. Além dos recursos mais tradicionais, como aplicação de laser, infra-vermelho e alongamentos. Um exemplo de conduta:

  • alongamento de membros superiores e inferiores;
  • infra-vermelho, por 25 minutos, objetivando diminuição do espasmo muscular e diminuição da dor;
  • massoterapia em região lombar, para promoção de relaxamento muscular;
  • laser, AsGa (Arsenieto de Gálio, 904 nm), 3 Joules, com técnica pontual, para redução do processo inflamatório, através da diminuição da produção e liberação de prostaglandinas;
  • uso da bola suíça para realização de exercícios, objetivando melhora do equilíbrio, manutenção da amplitude de movimento, ganho de força muscular, correção postural, trabalho de respiração, percepção corporal no espaço, aumento da confiança e auto-estima, auxiliando no bem-estar geral da paciente, favorecendo suas atividades da vida diária (AVD's).

As áreas mais afetadas pela doença são os joelhos, seguidos de tornozelos e articulações do punho e da mão.

Até a próxima!



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