Desmame Ventilatório e seus desafios








Um tempo prolongado de ventilação mecânica (VM) associa-se a maior tempo de UTI e maior número de complicações. Estabelecer estratégias que reduzam o tempo de desmame são fundamentais para melhores desfechos.

A interrupção do suporte ventilatório mecânico (desmame ventilatório) é indicada sempre que se observa que o paciente dá indício de recuperação dos problemas que justificaram a medida de introdução da via aérea artificial. Existem inúmeros estudos que mostram testes e avaliações que visam garantir o momento em que o mesmo esteja efetivamente preparado para a extubação. Todavia, não é sempre que esse processo ocorre como o esperado, podendo apresentar dificuldades e se prolongar, estima-se que a dificuldade no desmame situe-se entre 20% a 30% dos pacientes.

Critérios para considerar a aptidão para o desmame

Causa da falência respiratória resolvida ou controlada. Hemodinâmica estável, com boa perfusão tecidual, com ou sem doses baixas de vasopressores, ausência de insuficiência coronariana descompensada ou arritmias com repercussão hemodinâmica.

Paciente capaz de iniciar esforços inspiratórios.

Balanço hídrico zerado ou negativo nas últimas 24 horas.

Equilíbrio ácido-básico e eletrolítico normais.

Tipos de desmame

São classificados como simples, difíceis e prolongados, o que deve ser levado em consideração no momento da transição para a ventilação mecânica.

O desmame é considerado simples quando o paciente obtém sucesso no primeiro Teste de Respiração Espontânea (TRE), sendo este tipo de desmame o mais frequente; difícil quando o paciente falha no primeiro TRE e necessita de até três TRE ou até sete dias após o primeiro TRE para sair da ventilação mecânica e prolongado quando o paciente falha em mais de três TREs consecutivos ou demanda mais de uma semana após o primeiro TRE para sair da ventilação mecânica.

A fisioterapia tem por objetivo contribuir para a melhora clínica e física do paciente, atuando com a introdução de programas de treinamento muscular específicos para a musculatura respiratória, para que o paciente obtenha o aumento da força muscular e também de sua capacidade funcional.

Para que se possa retirar o suporte ventilatório é preciso que se conte com a resolução ou melhora significativa da patologia de base e a reversão do quadro ventilatório causador da utilização da VMI. A falha é considerada quando há o retorno da utilização da VM em menos de 48h.

A falha na retirada da VM pode se dar por diversos motivos, dentre eles estão: "fadiga muscular, atrofia muscular, hipóxia, disfunção diafragmática por lesão do nervo frênico, acidose respiratória, doenças crônicas agudizadas, disfunção miocárdica e agitação psicomotora do paciente grave".4 É comum também em DPOC, ocorrer broncoespasmo, analgesia inadequada, distúrbio eletrolítico e polineuropatia.

A retirada da ventilação mecânica é uma medida importante na terapia intensiva.  Por tais razões é imprescindível empreender todos os esforços para evitar falhas no desmame, de modo reduzir a incidência de morbidade, como já observado anteriormente.

Pacientes que precisaram retornar à VM tem um maior índice de mortalidade quando são comparados àqueles que tiveram sucesso no desmame.



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