Espinha Bifida






A espinha bífida refere-se a um grupo de malformações congênitas da coluna vertebral associada a falta de fusão das estruturas embrionárias da linha média. Existem diferentes graus de intensidade de expressão clínica, podendo ser evidente no nascimento ou apresentar-se de forma oculta.

Ela pode ser classificada em:

- Oculta: deformidade caracterizada por uma falha na união do arco posterior da vértebra, geralmente não acompanhada de transtornos aparentes dos elementos contidos no canal vertebral. Esta anomalia pode passar desapercebida durante toda vida do indivíduo e vir associada de transtornos neuromusculares e esqueléticos.

- Meningocele: deformidade no qual existe uma solução de continuidade do arco posterior associado a uma herniação das meninges e a formação de um saco contendo liquido. Ocasionalmente se acompanha de deformidades neuromusculares.

- Mielomeningocele: deformidade na qual há herniação dos envoltórios da medula que vem acompanhada de estruturas nervosas. Frequentemente associada a mielodisplasia ou uma hidromielia, o qual determina uma severa disfunção neuromuscular distal correspondente ao segmento lesionado.

Como tem varias sintomas e consequenncias, há a necessidade de uma equipe multidisciplinar para o atendimento aos pacientes com mielomeningocele, sendo que essa equipe consta de neurocirurgiões, urologos, ortopedistas, fisioterapeutas, ortetistas e pediatras, alem de outras especialidades; para que a família receba todo apoio e preparo no cuidado a esse paciente. É importante o uso de orteses para manter a independência para deambulação e AVD’s nesses pacientes.
Os objetivos da fisioterapia incluem instruir o paciente e a família sobre o programa de cuidados domiciliares para ajudar a prevenir deformidades; proporcionar um programa domiciliar de instruções a fim de facilitar o desenvolvimento motor mais próximo possível da idade cronológica; ajudar na determinação de orteses apropriadas; facilitar programas de mobilidade para deambulação e para o uso da cadeira de rodas, quando indicado.

A deambulação funcional e o desejo de toda criança e dos pais e as vezes e possível, de acordo com o nível da lesão e a função intacta dos músculos iliopsoas; quase todas as crianças com uma lesão sacra ou lombosacra obtem a deambulação funcional; cerca da metade das crianças com defeitos mais altos deambulam com o uso de orteses e bengalas .

Os objetivos da fisioterapia no tratamento da espinha bífida sao:

* Instruir os pais na maneira de manejar, posicionar, brincar e comunicar-se com o filho, na tentativa de diminuir os efeitos tanto na falha da coluna como das anomalias associadas do SNC sobre seu desenvolvimento ( motricidade grosseira e delicada, cognição e percepção);

* Ensinar os pais a melhorar / manter a mobilidade passiva e a prevenir contraturas justaarticulares;

* Informar os pais sobre a necessidade de cuidar da pele, prevenindo soluções de continuidade;

* Colaborar na prescrição dos aparelhos ortopédicos e dos equipamentos apropriados, capazes de atender aos objetivos a longo prazo, em relação a locomoção independente e a ambulação;

* Verificar se ocorre agravamento do quadro neurológico, realizando exames regulares que devem incluir a avaliação da capacidade funcional, a revisão do aparelho ostomuscular, o exame da musculatura e a verificação do tônus muscular;

* Registrar os dados encontrados ao exame e transmiti-los aos pais e aos demais profissionais que compõem a equipe.

A fisioterapia para o lactente e a criança que começa a caminhar deve ser iniciada com atenção ao posicionamento, pois os pacientes podem assumir as ‘pernas de rãs’  MMII em abdução e rotação lateral do quadril, assim como flexão dois quadris e joelhos e flexão plantar do tornozelo), sendo que o uso excessivo desta posição pode provocar contraturas, que limitam a capacidade da criança sentar-se ou ficar em pé mais tarde. Então o papel do fisioterapeuta e prevenir essas possíveis contraturas, e deve usar de toda sua criatividade, por exemplo colocar rolos de toalha ou bichinhos de pelúcia ao lado dos MMII da criança nos cadeirões, assentos do carro e carrinhos pode manter os quadris mais alinhados em posição neutra. As brincadeiras ativas também incentivam o desenvolvimento da força e da amplitude de movimento no tronco e em MMSS, o que e especialmente importante para a criança com espinha bífida. O apoio as articulações flácidas, ao mesmo tempo que se incentiva o uso da força e das habilidades existentes, ajuda a criança a desenvolver o equilíbrio e a mobilidade com segurança. Ajudar as crianças a aprender posições de sentar e movimentar-se independentemente no ambiente pode implicar em criar ou encontrar tecnologia auxiliar adequada, fortalecimento dos músculos inervados, facilitação da amplitude de movimento adequada e desenvolver confiança e habilidades na criança e em sua família.

Quando a criança começa a interagir em sua escola, segundo o autor, ela pode andar com muletas ou andador, usar orteses para apoio no membro inferior ou pode usar cadeira de rodas; sendo que os dispositivos mais próprios dependem da força e das habilidades funcionais da criança, de sua capacidade sensorial, das necessidades e desejos e dos recursos disponíveis. Quando a criança entrar no 1º grau na escola, pode haver necessidade de correção cirúrgica na luxação de quadril e escoliose.

Na criança mais velha e em adolescentes, não há mais necessidade direta da fisioterapia para a mobilidade ou cuidados pessoais, contudo precisam de adaptação de equipamentos por causa do crescimento e para resolver problemas de modo que possam participar das atividades e eventos importantes para eles.

A fisioterapia é uma importante ferramentas para crianças que nascem com essa  malformação poderem ficar o mais independente possível.

Dicas do mês para estudantes e profissionais de Fisioterapia


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