Estudo de fisioterapeuta investiga desenvolvimento motor de bebês






Detectar precocemente atrasos no desenvolvimento motor, especialmente do controle postural de bebês com um ano de vida, pode evitar muitos problemas. Quando existem maiores chances de as alterações ocorrerem, como é o caso dos bebês que nascem pequenos para a idade gestacional (PIG), a questão se torna ainda mais complexa.

Neste sentido, a fisioterapeuta Ana Carolina Gama e Silva Brianeze decidiu avaliar e comparar o controle postural, por meio da investigação de testes de avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor desses bebês, detectando possíveis desvios no desenvolvimento. O trabalho foi desenvolvido junto ao Grupo Interdisciplinar de Avaliação do Desenvolvimento Infantil (Giadi) do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp.

Segundo Ana Carolina, uma defasagem na área motora pode provocar atrasos em outras, entre as quais a linguagem, cognição e, até mesmo, a integração da criança. "Quanto mais cedo as alterações forem detectadas, melhor para o desenvolvimento global dos bebês, que passam a ter maior capacidade de responder aos estímulos no primeiro ano de vida em razão da grande plasticidade cerebral", esclarece.

A pesquisa de mestrado, orientada pela professora Vanda Maria Gimenes Gonçalves, estudou 70 lactentes nascidos no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Unicamp, sendo que 23 deles foram classificados como "pequenos". Para estabelecer uma comparação, Ana Carolina também avaliou 47 lactentes, nascidos de acordo com sua idade gestacional, os AIG.

Várias provas foram realizadas com as crianças, todas baseadas na escala americana denominada Bayley Scales of Infant Development. O grupo de bebês PIG teve menor freqüência de execução das provas. Apenas 40% dos bebês pequenos conseguiram ficar em pé sozinhos, enquanto 72% dos lactentes AIG executaram a tarefa a contento.

Outro dado detectado nos exames ocorreu na prova de caminhar para o lado. Apenas 26% dos bebês PIG executaram a prova. Entre os bebês nascidos de acordo com sua idade gestacional, 58,14% realizaram a prova normalmente. A pesquisa não contemplou uma possível intervenção junto a essas crianças. Nos casos em que foram detectadas alterações, entretanto, as mães receberam orientações por parte dos membros da equipe e foram encaminhadas a especialistas para acompanhamento.

Segundo Ana Carolina, o primeiro ano de vida da criança é decisivo não só para o seu bom desenvolvimento motor. "É importante que os pais atentem para questões simples, tais como não utilizar andador ou elevar em demasia os braços da criança". A pesquisadora observa que é bom carregar o bebê de diferentes maneiras e colocá-lo em um colchonete no chão para que ele possa brincar livremente.

Outra dica dada por Ana Carolina é optar por brinquedos que tenham cores contrastantes, que façam barulho e que sejam de diferentes tamanhos e texturas. Uma opção interessante são os móbiles presos ao berço, especialmente se fizerem barulho após o toque do bebê, pois eles estimulam a coordenação óculo-manual.


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