Gasometria arterial




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A gasometria arterial é um exame feito com sangue colhido numa artéria, com o objectivo de verificar os valores dos gases no sangue, nomeadamente o oxigénio e o carbono. Também permite determinar outros valores como o ph, sódio, potássio, bicarbonato e cálcio.

Os pulmões e rins, permitem a manutenção do equilíbrio metabólico e respiratório, ou seja, equilíbrio ácido - base do nosso organismo. As alterações ácido-base que podem ocorrer são: acidose ou alcalose metabólica e acidose ou alcalose respiratória. São avaliadas pelos valores da gasometria, nomeadamente pelo ph, pCO2, bicarbonato e saturação de oxigénio. Estas alterações resultam da alteração da concentração do bicarbonato ou do pCO2, mas também pode ser uma reacção secundária compensatória do organismo.

Como se efetua o exame:

O sangue é colhido normalmente, na artéria radial. Não é necessário jejum, nem qualquer preparação prévia.

É colocada a região palmar para cima e desinfectada a zona da punção. Com uma seringa e agulha própria, é colhido sangue da artéria.

Após a punção, deve ser feito compressão de 10 minutos na zona, para evitar edema (inchaço) e equimose (sangue pisado).

O sangue é enviado ao laboratório e o resultado é obtido de imediato.

As diferenças entre os valores normais dos parâmetros gasométricos do sangue arterial e do sangue venoso são mostrados no quadro abaixo:

Parâmetro Sangue arterial Sangue venoso
pH 7.35 a 7.45 0.05 unidades menor
PaCO2 35 a 45 mmHg 6 mmHg maior
PaO2 70 a 100 mmHg ~ 50% (35 a 50 mmHg)

É importante ressaltar que o valor de bicarbonato expresso na gasometria não é medido diretamente e sim calculado através da equação de Henderson-Hasselbach, usando os valores de pH e pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) medidos, onde:

pH = pK +

Os distúrbios metabólicos alteram o numerador da equação, através de diminuição (acidose) ou aumento (alcalose) no cálculo da concentração de bicarbonato. Os distúrbios respiratórios interferem com o denominador da equação, elevando (acidose) ou reduzindo (alcalose) a PaCO2. Os distúrbios metabólicos são compensados, inicialmente, por alterações na PaCO2 (compensação pulmonar) e, posteriormente, através de mudanças na excreção renal de ácidos e na reabsorção de álcalis (compensação renal). Os distúrbios respiratórios possuem mecanismos mais precários de compensação que dependem, já de início, de mecanismos renais de compensação. Existem algumas regras que podem ser utilizadas para avaliar as respostas compensatórias aos distúrbios ácido-básicos, quais sejam:

1. Não existe compensação total ou supercompensação de um distúrbio;

2. Se a compensação respiratória estiver intacta em um distúrbio metabólico:

  • [HCO3-] + 15 = últimos 2 dígitos do pH ou
  • PaCO2 = últimos 2 dígitos do pH.

3. Se a compensação metabólica (renal) estiver intacta em um distúrbio respiratório:

  • Acidose respiratória aguda: D [HCO3-] = 0.1 x D PaCO2
  • Acidose respiratória crônica: D [HCO3-] = 0.35 x D PaCO2
  • Alcalose respiratória aguda: D [HCO3-] = 0.2 x D PaCO2
  • Alcalose respiratória crônica: D [HCO3-] = 0.5 x D PaCO2

Diante de um distúrbio ácido-básico é sempre importante buscar o diagnóstico etiológico, a fim de que a abordagem terapêutica seja dirigida à causa básica. Existem alguns dados clínicos e laboratoriais que podem auxiliar o diagnóstico do distúrbio ácido-básico




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