Fibrilação atrial pode causar formação de coágulos e AVC




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A fibrilação atrial (FA) é uma arritmia que nasce nos átrios (a parte do coração que recebe o sangue do corpo e dos pulmões). Ela atinge mais os pacientes idosos, mas pode aparecer em qualquer idade. O diagnóstico é feito com certa dificuldade, já que ela pode surgir e desaparecer em momentos que o paciente não está monitorado por médico ou holter 24h (dispositivo portátil que monitora a atividade elétrica cardíaca de pacientes continuamente).

A pessoa pode não apresentar nenhum sintoma diferente ou sentir palpitações, tonturas, cansaço ou desmaio. Os exames que permitem diagnosticar a FA com mais facilidade são os que envolvem a parte elétrica do coração (eletrocardiograma, Holter 24h, Holter de sete dias, Loop Recorder - monitor de eventos capaz de gravar um traçado eletrocardiográfico relacionado a um sintoma, segundo o InCor). Cada um atende um tipo especifico de paciente. 

Depois de diagnosticada, seu tratamento pode ser com remédios para evitar que a arritmia apareça (controle de ritmo) ou para manter a arritmia com frequência cardíaca estável (controle de frequência). O objetivo do tratamento da arritmia é manter a pessoa assintomática, e isso deve ser alcançado em quase todos os pacientes sem muita dificuldade.

Mas apesar de não sentirem nada, as pessoas com FA possuem risco aumentado de formação de coágulos no coração, que seguem para o cérebro, causando AVC, ou para as pernas e outras partes do corpo, causando isquemia, e podem levar a amputação. Para isso existem as terapias antiagregantes com aspirina e clopidogrel e anticoagulantes, com varfarina, femprocumona e, mais recentemente, dabigatran. As pessoas que usam anticoagulantes devem respeitar uma dieta regular, em especial no uso de verduras, e cuidado com o uso concomitante de outros remédios.

Um tratamento que surgiu há cerca de 10 anos e é muito utilizado hoje é a ablação de FA. Esta técnica é realizada sob sedação profunda ou anestesia geral e médicos experientes introduzem cateteres através de veias nas pernas e pescoço até o coração para localizar focos da arritmia e cauterizá-los. Em pacientes jovens, com coração de tamanho e função normais, sem outras doenças, atinge sucesso de até 80% no final de um ano. O beneficio é menor em idosos, com átrio esquerdo aumentado e com apneia do sono não tratada. O maior benefício deste procedimento é dos pacientes que tem frequência cardíaca em arritmia muito alta e daqueles que tem sintomas importantes (cansaço, palpitações, dores no peito e desmaios). A ablação da FA não permite que o paciente deixe de usar anticoagulantes (porque a arritmia pode voltar assintomática), mas pode reduzir a dose dos outros remédios e permitir melhor qualidade de vida.  

Outra opção cada vez menos utilizada nos dias de hoje, reservada para pacientes refratários às técnicas anteriores, ou nos quais a chance de sucesso daquelas técnicas é mínima, é o implante de marcapasso e cauterização do nó atrioventricular. Outras ainda envolvem uso de cirurgia (cardíaca aberta ou minimamente invasiva).

Os exercícios podem e devem ser realizados, mas com cuidados especiais nos pacientes em uso de anticoagulantes (maior chance de sangramento). 


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