Exercícios excêntricos para Tendinopatia Patelar









A tendinopatia patelar (TP) é uma lesão por sobrecarga comum em atletas de elite, sendo muito mais frequente e recorrente em esportes que envolvem saltos. A prevalência da TP unilateral e bilateral difere entre os gêneros; a tendinopatia bilateral é duas vezes mais comum em homens que em mulheres, porém a tendinopatia unilateral apresenta prevalência equivalente.

Existe o domínio de duas hipóteses sobre a lesão do tendão: uma teoria mecânica e uma vascular, mas as duas não são mutuamente exclusivas. Na teoria mecânica, grande parte das lesões no tendão está ligada ao microtraumatismo de repetição, frequentemente descrito como doença por overuse. Muitas lesões tendíneas estão também associadas com a reduzida perfusão vascular nos tendões. Várias teorias sobre a diminuição da circulação são descritas, porém em aparente contradição desta teoria, lesões crônicas no tendão muitas vezes apresentam um aumento na vascularização.

A origem da dor na Tendinopatia Patelar é obscura. Estudos de microdiálises observaram a ausência de células inflamatórias descartando a hipótese de que existe um processo inflamatório dando origem à dor. As mudanças observadas na região próxima do tendão foram sugeridas como uma hipótese adaptativa biomecânica às forças de compressão e os tecidos periféricos seriam os responsáveis pela dor, pois não estão adaptados e estimulariam nociceptores. Existe também um modelo bioquímico que atribui como origem da dor as alterações de substâncias químicas.

A realização de exercício excêntrico (EC) é aceita como parte importante do tratamento conservador, sendo o exercício de agachamento feito em plano inclinado um dos exercícios mais recomendados para a Tendinopatia Patelar.

Os mecanismos exatos pelos quais os exercícios excêntricos contribuem para a melhora da dor e da função nas tendinopatias crônicas permanecem parcialmente compreendidos.

A teoria da Mecanotransdução aponta para uma relação entre o exercício excêntrico e a ativação de genes dos tenócitos, transformando movimento em sinal bioquímico e culminado com reparo tendíneo, através da produção de colágeno.

Estudos revelam aumento da atividade metabólica e aumento da formação de colágeno tipo I em reposta ao exercício agudo. Os exercícios excêntricos possivelmente modificam a história natural da doença degenerativa do tendão. Alguns programas de treinamento excêntrico foram descritos no tratamento das tendinopatias patelar e do calcâneo.

Alguns princípios são incorporados ao tratamento das tendinopatias, como: melhora da função musculotendínea pela incorporação de exercícios excêntricos e pliométricos, aumento da capacidade de absorção de choque do membro inferior através do fortalecimento da cadeia cinética fechada, treinamento dos padrões motores, manutenção da atividade física e alongamento dos isquiotibiais e da musculatura da perna.

Os exercícios excêntricos para tratamento das tendinopatias patelares devem ser realizados seguindo algumas orientações:

Exercícios diários
Período mínimo de 12 semanas
3 séries de 10 a 15 repetições
Utilização de pranchas inclinadas
A dor durante o exercício deve ser tolerável, porém o aumento da dor no dia seguinte não deve ser permitido
Aumento progressivo no número de repetições, séries, carga e velocidade dos exercícios com a melhora dos sintomas.



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