Fisioterapia na Paralisia Facial de Bell




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Na paralisia facial de Bell é comum uma piora do quadro nas primeiras 48 horas, mas a maioria dos pacientes se recupera dentro de algumas semanas.

Em Fisioterapia, não existem "receitas", mas sim linhas de conduta a seguir, ou seja, o tratamento deve ser adequado a cada paciente, e ao estado em que se encontra, pois cada caso é um caso único e singular, e devido ás diferenças existentes entre os indivíduos (desde diferenças anatômicas, fisiológicas, biomecânicas, etc.) o mesmo tratamento pode não ter o mesmo resultado em pacientes diferentes.

O tratamento deverá ser adaptado e personalizado em função do Deficit e da Colaboração do paciente. O Nervo Facial é um nervo misto sob a dependência de um sistema voluntário e automático-reflexo que pode levar muito tempo a recuperar.

O tratamento pode durar de 15 dias a 3 semanas, nas Paralisias Faciais pouco severas, até 4 anos, nas formas mais graves (Neurinoma do VIII ou VII nervo Craniano).

Acima de 50% das pessoas tem recuperação total ou satisfatória. Porém, em alguns casos podem restar sequelas residuais. O resultado depende de alguns fatores como o tempo que o paciente levou para iniciar tratamento, a presença de doenças associadas como hipertensão e diabetes e a causa da paralisia. A melhora é menos satisfatória em paralisias completas que em incompletas, em pacientes com dor retro-auricular e em pacientes idosos. Aproximadamente 23% das pessoas com paralisia facial idiopática permanecem com alguns sintomas e sinais, que podem ser classificados como moderados ou graves, como melhora motora parcial, síndrome de lágrimas de crocodilo, contratura ou sincinesia. 

O objetivo principal da fisioterapia é restabelecer o trofismo, a força e a função muscular através de recursos como a cinesioterapia, feedback visual, crioterapia, facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), eletrotermoterapia e massagens", salienta.

Há várias técnicas que são empregadas no tratamento da paralisia, obtendo-se bons resultados, são elas:

- Cinesioterapia: na cinesioterapia, os exercícios de mímica facial e retreinamento facial devem ser realizados com auxílio de feedback visual. Utilizando um espelho, o paciente tem uma melhor conscientização visual e permite a correção dos erros e uma maior eficácia do controle voluntário da musculatura facial. Exemplo: exercício de mímica facial para unir as sombrancelhas;

- Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP): a FNP utilizada em pacientes com paralisia facial periférica visa promover e acelerar as respostas neuromusculares através da estimulação proprioceptiva. Os movimentos devem ser realizados bilateralmente devido à simetria facial e por meio de reflexos de estiramento. O movimento deve ser realizado em frente ao espelho para um melhor controle do paciente.

- Eletroterapia: nesta modalidade de tratamento, deve-se levar em consideração a escolha de uma corrente adequada, o tempo de pulso e intensidade da corrente de acordo com a sensibilidade do paciente. Além disso, deve ser realizado eletrodiagnóstico prévio para se diminuir os possíveis efeitos colaterais como a contratura muscular.

- Termoterapia: o calor é utilizado com o objetivo de promover o relaxamento da musculatura na fase de hipertonia da paralisia facial, pois promove aumento da circulação sanguínea no local, maior extensibilidade dos tecidos moles e diminui a resistência dérmica. A termoterapia por calor pode ser aplicada superficialmente através de compressas quentes, infravermelho ou por calor profundo através de ondas curtas, ultrassom .

- Crioterapia: a crioterapia provoca uma vasoconstrição reflexa, causando relaxamento e analgesia. Deve ser aplicada de forma rápida e breve sobre o dermátomo do músculo a ser trabalhado para facilitar a atividade muscular.  Esta técnica tem também como objetivo estimular os pontos motores, obtendo contração muscular na fase flácida da paralisia.

- Massoterapia: a massagem é uma técnica utilizada com o objetivo de diminuir o edema e para melhorar o tônus da musculatura e aumentar a circulação sanguínea. Deve ser feita nas duas hemifaces, com manobras de deslizamento superficial e profundo, de modo correto para não desencadear reações reflexas e piora das retrações musculares. A pompagem (outra técnica de massagem), atua nas fáscias musculares, promovendo uma amplitude dos movimentos e uma analgesia na tensão dos bloqueios faciais.



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