Considerações para tratamento de Hidroterapia em piscinas




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No tratamento dentro da piscina, teremos vários benefícios já na imersão quando os princípios físicos da água começarem a agir sobre todo o corpo, como por exemplo: A força Peso é importante, quando pensamos nos efeitos dentro da água, e quando pensamos nestes efeitos chegamos a seguinte conclusão: A força peso atua nas partes de nosso corpo que estão acima da folha (superfície) da água, ela é anulada nesta folha de água pois ela se eqüivale com a força de empuxo e fica diminuída na parte imersa do corpo.

A flutuação é a força, experimentada como empuxo para cima, que atua em sentido oposto à força da gravidade. Existem certos fatores que podem e irão influenciar a flutuação de um paciente, como por exemplo:

- a posição da cabeça, ou seja, quando colocamos a cabeça (coluna cervical) em posição de flexão, nós limitamos a entrada de oxigênio para os pulmões, e ainda colocamos o pulmão de uma forma, onde não o auxiliamos na flutuação, pois todos o gás dos pulmões desloca-se para os ápices pulmonares, diminuindo com isso a área de flutuação pulmonar. Já quando colocamos a coluna cervical em extensão, aumentamos o fluxo de ar para os pulmões e mecanicamente a caixa torácica é deslocada anteriormente, aumentando a área de flutuação corporal. E como esta patologia é caracterizada por um problema postural da Coluna cervical este tem um fator importante, pois quando colocado em extensão e em posição relaxada ocorre uma descompressão dos nódulos citados acima, evitando a parestesia e melhorando os sintomas.

- A quantidade de ar nos pulmões, porque nós sabemos que nossos pulmões funcionam como boias quando imersas em um meio líquido, e a nossa flutuação irá depender da quantidade de gás nos mesmos, ou seja, quanto mais oxigênio, maior a flutuação. Outro fator importante pois a inspiração diafragmática combinada com um bom processo expiratório leva a um relaxamento do músculo trapézio, que é acometido e essencial ser bem trabalhado, pois por excesso de tensão esta síndrome pode irradiar e comprometer também os membros superiores.

- Tensão muscular, pois como vimos o que nos garante uma boa flutuação é a quantidade de gás (oxigênio) que temos em nosso corpo, e quando apresentamos um "corpo com tônus elevado (tenso)" as fibras musculares ficam encurtadas dificultando a passagem deste oxigênio pelas mesmas, diminuindo a capacidade de flutuação do corpo quando este está contraído e quando conseguimos um relaxamento muscular adequado, a flutuação irá aumentar, e um dos sintomas é o aumento de tônus muscular, limitando os movimentos e com este relaxamento poderemos aumentar a amplitude de movimentos ocasionando um relaxamento da musculatura cervical e de todo o membro superior.

A pressão hidrostática é a mais importante das forças atuantes sobre corpo imerso em água, pois esta força realiza uma pressão sobre todas as partes imersas dando estímulos proprioceptivos aos barorreceptores corporais, durante todo o tempo de imersão provocando inúmeros benefícios proprioceptivos. Quando estes barorreceptores são estimulados eles aumentam o limiar deste, diminuindo o processo álgico, e levando as melhoria do quadro geral do paciente.

A turbulência é um movimento irregular do líquido, o movimento variando em qualquer ponto fixo. Este tipo de fluxo cria ocasionais movimentos rotatórios denominados redemoinhos. Este movimento da água produz um efeito massageador sobre o corpo imerso na água, aumentando ainda mais o estímulo aos barorreceptores citados anteriormente.

O calor é importante como forma de temperatura, pois é através dele que iremos decidir a temperatura ideal para realizarmos nossa terapia.

Nós iremos definir os termos água quente e água fria, e para isso iremos usar um princípio da calorimetria, onde vamos considerar o corpo humano como um bom condutor de calor, e a partir deste critério, definiremos água quente, que será qualquer temperatura acima da temperatura corporal, ou seja, quando o nosso corpo estiver recebendo calor da água, diremos que estamos realizando uma terapia em água quente e quando estivermos perdendo calor para a água diremos que estamos trabalhando com água fria.

Dentro deste critério, poderemos definir a temperatura da água como ideal, para este tipo de paciente quando ela se encontra em uma temperatura de 34º a 37º C. Para as patologias reumatológicas, temos resultados muito bons com temperaturas acima de 35º C, como 37ºC a 39ºC, e este fator irá produzir:

- Elevação da Temperatura Corporal
- Vaso - Dilatação periférica
- Aumento da Frequência Cardíaca
- Pequeno Aumento da Pressão Arterial
- Posterior queda da Pressão Arterial
- Aumento da Frequência Respiratória
- Diminuição do Tônus

Estes dados são importantes para termos como base, porque no momento em que nosso paciente entra no meio aquático estas alterações ocorrem rapidamente e as mesmas podem complicar a situação do mesmo se não levarmos em conta o poder de auto regulação do nosso organismo que leva cerca de 3 a 6 minutos para se adaptar a estas novas situações provocadas pela imersão.

- Elevação da Temperatura Corporal  porque nosso corpo sendo um bom condutor de calor irá receber este do meio aquático, até que a temperatura destes se equiparem.

- Vaso - Dilatação periférica  em virtude deste recebimento de calor da água, isto irá estimular os termoreceptores das células, provocando um efeito de vaso dilatação periférica, aumentando com isso o metabolismo local, melhorando a drenagem linfática, diminuindo por exemplo um processo inflamatório.

- Aumento da Freqüência Cardíaca  em virtude desta vaso dilatação periférica, e para suprir este aumento do metabolismo, o nosso coração deve aumentar a sua freqüência de contração para suprir esta demanda extra de sangue a que nosso organismo irá necessitar.

- Pequeno Aumento da Pressão Arterial  com este aumento da freqüência e do metabolismo celular causado pela água quente, também irá causar um pequeno aumento da Pressão Arterial, pois se nossos vasos periféricos estão com seu calibre aumentados, precisaremos que o sangue ejetado por nosso coração saia com força (pressão) suficiente para permitir que este chegue em todos os locais necessários.

- Posterior queda da Pressão Arterial após este pequeno aumento de pressão, como está ocorrendo uma vasodilatação periférica, nossos vasos estão em sua elasticidade máxima, devendo voltar ao normal, e para isso nossos mecanismos de auto regulação, no caso, os termo e os baroreguladores (receptores) enviam mensagens para o Sistema Nervoso Central, para que este metabolismo seja diminuído, e com isso é provocada uma diminuição da pressão arterial.

- Aumento da Frequência Respiratória   em virtude do efeito da pressão da água (hidrostática) de compressão da caixa torácica, esta para se expandir normalmente terá de aumentar a sua freqüência respiratória.

- Diminuição do Tônus  em virtude do aumento do metabolismo celular, este irá aumentar a absorção de Cálcio, facilitando a repolarização das células do fuso muscular, fazendo com que o tônus fisiológico seja diminuído, e ainda teremos o efeito da pressão da água sobre o labirinto, diminuindo que ira diminuir globalmente o tônus.


Dicas do mês para estudantes e profissionais de Fisioterapia


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