Avaliação da Asma no Adolescente







A asma manifesta-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã, ao despertar. O diagnóstico clínico baseia-se principalmente nos dados da anamnese e do exame físico. Nos adolescentes com subdiagnóstico de asma, a tosse é o sintoma mais comumente observado.

A anamnese deverá incluir: idade de início dos sintomas, caracterização dos sintomas e das crises; presença de comorbidades; antecedentes pessoais ou familiares de atopia; resposta aos medicamentos já utilizados para tratamento; condições de moradia, escola e/ou trabalho e relatos de exposições a alérgenos e poluentes ambientais, em especial o tabagismo ativo e/ou passivo.

Na inspeção deverão ser pesquisados os estigmas atópicos e a concomitância com outras doenças alérgicas como a rinite e, em menor frequência, a dermatite atópica.

A presença de deformidades torácicas, como "peito de pombo", depressão inframamária, cifose e cifoescoliose, está associada com as formas mais graves e persistentes da doença. A ausculta poderá revelar sibilos, preferencialmente expiratórios, principal característica clínica da asma.

No adolescente, sempre que possível, deverão ser realizadas medidas objetivas da função pulmonar. Estes exames irão analisar a gravidade, a reversibilidade e a variabilidade da limitação do fluxo aéreo e auxiliam na confirmação diagnóstica da asma.

A espirometria é o método preferencial para a avaliação da limitação de fluxo e sua reversibilidade. Um aumento no volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) >20% ou 200ml após uso de broncodilatador (200 a 400µg de salbutamol) em relação ao valor prémedicamento é consistente com o diagnóstico de asma. Cabe ressaltar que muitos pacientes asmáticos não apresentam prova broncodilatadora positiva em todos os exames, e repetidos testes podem ser necessários para a confirmação diagnóstica1.

O pico do fluxo expiratório (PFE) é o maior fluxo obtido em uma expiração forçada, após uma inspiração completa, e é considerado medida similar ao VEF1. Os aparelhos para medida do PFE são simples, portáteis e de fácil manejo, podendo ser utilizados em ambulatórios assim como pelo próprio paciente, e constituem um importante auxílio no diagnóstico e monitoramento da asma.

Um aumento de 60l/min ou um aumento >20% da medida basal após o uso de broncodilatadores sugere o diagnóstico de asma. Além disso, variabilidade acima de 20% entre duas medidas diárias, pela manhã e à noite, indica um aumento de reatividade das vias aéreas1.

O diagnóstico da AIE é realizado com base na história clínica e de teste específico, em esteira ou corrida livre, por pelo menos seis minutos monitorado pela função pulmonar. A queda de 10% do VEF1 é considerada anormal e um decréscimo >15% é considerado diagnóstico desta condição

A fisioterapia respiratória utiliza técnicas de relaxamento, alongamento e fortalecimento dos músculos do corpo. Possibilita também uma reeducação do diafragma e uma educação funcional respiratória. O método de Reeducação Postural Global (RPG) está sendo utilizado, atualmente, em conjunto com a fisioterapia respiratória, pretendendo, ao mesmo tempo, uma reestruturação da postura e da respiração.

Nos períodos em que o paciente não está na vigência da crise, são realizados os exercícios de manutenção, os quais consistem no treinamento da musculatura respiratória e aprendizado para o uso do diafragma de maneira que os músculos fiquem relaxados e possam promover a reeducação funcional. Para a melhoria do padrão ventilatório na asma, a fisioterapia utiliza-se de exercícios respiratórios associados com tipos diferentes de respirações, técnicas de expansão e conscientização da respiração.

O objetivo do tratamento fisioterápico é melhorar o condicionamento físico do asmático, proporcionando uma readaptação gradativa aos esforços físicos e encorajando o paciente a participar de atividades físicas em geral. Só assim a pessoa asmática poderá não apenas controlar sua doença mas também melhorar sua qualidade de vida.

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Dicas do mês para estudantes e profissionais de Fisioterapia


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