Cadeias Musculares na Reabilitação





Quando existe alguma lesão, patologia ou tensão em uma região da cadeia muscular outras regiões serão afetadas. Para que o tratamento do aluno seja realmente eficaz devemos compreender completamente esse conceito e como aplicá-lo em aula.

Uma observação: não são só seus alunos de reabilitação que precisam de um trabalho completo considerando as cadeias musculares. Tensões musculares atrapalham o desempenho físico de qualquer um, inclusive atletas e praticantes ocasionais de atividades físicas. Ou seja, se você pensava que podia escapar desse texto por trabalhar somente com desempenho físico se enganou.

O corpo é um organismo interconectado que realiza diversas compensações e adaptações na hora de se mover. Sabemos disso porque trabalhamos incessantemente para corrigir tais alterações. Elas estão presentes tanto nos pacientes de profissionais que trabalham com reabilitação quanto nos alunos de quem trabalha com condicionamento físico. Mas você já percebeu que o corpo realiza adaptações seguindo algumas regras?

todos precisam se mover, não importa a dor, lesão ou problema imposto ao corpo. É exatamente isso que o corpo busca quando realiza suas adaptações. Para isso ele observará alguns princípios, que são:
  • Princípio do equilíbrio: o corpo está sempre em busca de equilíbrio fisiológico. Isso quer dizer que ele busca uma acomodação dos fatores de movimento, mas também neurológicos e viscerais do corpo.
  • Princípio do conforto: um corpo completamente funcional é confortável, sem dores ou desconfortos. Um dos sinais mais claros de que existem problemas é o surgimento de dor. O corpo sempre busca um estado que não seja doloroso ou que seja o menos doloroso possível.
  • Economia: as adaptações do corpo acontecem para não sofrer e para gastar a menor quantidade de energia possível. Porém, essas mesmas adaptações muitas vezes são responsáveis por um aumento no gasto energético que gerará ainda mais compensações a nível de perda de mobilidade e maior desgaste nas estruturas articulares.
Trabalhando com Pilates, Treinamento Funcional ou qualquer outro método para reabilitação, precisaremos lembrar das cadeias. Não estou pedindo que as apliquem exatamente como no método de cadeias de Madame Meziéres, dos outros cadeístas ou até do RPG. Na verdade, só devemos ter atenção ao aspecto global da reabilitação e como ele afeta nossas aulas.

Recebemos diariamente alunos com problemas que parecem isolados e que querem soluções imediatas. Fica muito fácil ser tentado por um tratamento isolado que alivie a dor do aluno e dê uma aparência de melhor. Mas não será real. Precisamos encontrar todas as compensações que se espalharam pelo corpo devido aquela dor, falta de mobilidade ou outros problemas.
Veja um exemplo em uma patologia muito comum: a escoliose. Escolioses idiopáticas são caracterizadas por um desvio tridimensional da coluna. Imagino que isso todos nós estamos cansados de saber. Quem desejar fazer um tratamento somente trabalhando musculaturas ligadas à região da coluna afetada dificilmente terá resultado.

O aluno é muito mais que uma coluna desviada. Seu corpo possui uma série de tensões musculares que levaram aquele desvio no caso da escoliose idiopática. Quanto mais tempo essa pessoa conviver com a escoliose sem ajuda profissional mais tensões e compensações surgirão. Na hora que esse aluno chegar para nós no Studio ele terá um número enorme de compensações espalhados pelo corpo. E você tem certeza que quer tratar somente a coluna?
O mesmo ocorre com todos os desvios posturais que encontramos diariamente. Na verdade, todas as patologias acumulam tensões, desequilíbrios e padrões alterados de movimento. Como vimos, o tecido conjuntivo do corpo é capaz de espalhar todos esses fatores para outras musculaturas. E quando temos um conjunto muscular, no caso as cadeias, atuando em grupo teremos ainda maior número de tensões espalhadas.

Como Aplicar o Conceito de Cadeias Musculares na Reabilitação



Sempre insisto em uma avaliação detalhada por um motivo: precisamos descobrir quais outras musculaturas estão comprometidas. Entendendo que os músculos estão interconectados através da fáscia teremos a capacidade de realizar um tratamento muito mais completo.

Trabalhar o corpo de maneira isolada e desconsiderando a ação das cadeias musculares é um dos motivos de falha do tratamento. Responde com sinceridade: você quer dar um tratamento com melhores resultados e melhorar os movimentos funcionais do aluno? Comece a lembrar dessa relação de cadeias musculares, tensão muscular e erros de movimento.

As cadeias têm a capacidade de espalhar tensões musculares ao longo da cadeia. Quando existe um encurtamento, tensão ou fraqueza em certa região você pode ter certeza que ela não ficará contida aí. Se combinarmos o conceito de cadeias com outros princípios do Pilates e os padrões de movimento do Funcional teremos uma aula bem mais completa.
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