Os benefícios da Ginástica Laboral na redução das LER/DORT





INTRODUÇÃO
A cada dia é possível encontrar mais pessoas em busca de uma vida mais saudável e em melhorar sua qualidade de vida. Esta procura é feita por pessoas de todas as idades, uma vez que se pode observar esta preocupação entre os adolescentes, jovens, adultos e também por pessoas que estão na fase da melhor idade. (ZAMAI et al., 2012)
Nas empresas esta busca também está presente, pois as pessoas passam horas na mesma posição em seu trabalho, ou com atividades repetitivas, trazendo para si uma série de lesões e desconfortos que podem se transformar em sérios problemas de saúde, sendo alguns até irreversíveis. (MONTELO; ROCHA; SOUZA, 2007)
A prática regular de exercícios ajuda a prevenir inúmeras doenças que se manifestam com o passar dos anos, principalmente para pessoas que não mantêm um estilo de vida saudável e são sedentárias. (SENE; PORTO, 2010)
Alguns empresários e grupos que administram a qualidade total, admitem que não adianta investir em tecnologia se não investir em recursos humanos e em sua educação e qualificação. O que torna imprescindível oferecer condições para que o trabalhador se mantenha saudável, uma vez que muitos são expostos a condições de trabalho com atividades repetitivas que causam desgastes, e estes aumentam os custos para a empresa. (SAMPAIO; OLIVEIRA, 2008)
Para as empresas, ofertar ao trabalhador condições de diminuir suas dores, as faltas ao trabalho, as lesões e os acidentes causados por esforços repetitivos, além de proporcionar bem estar aos mesmos, ainda aumenta a sua satisfação e traz bons resultados com acréscimo de produtividade, uma vez que pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostram que 25 milhões de trabalhadores estão incapacitados para o trabalho por sofrerem de dores adquiridas em suas atividades laborativas. (MONTELO; ROCHA; SOUZA, 2007)
No Brasil cerca de 4 milhões de pessoas são submetidos anualmente a tratamento em razão de dores provocadas pela postura incorreta no trabalho e pela pressão diária de situações competitivas. (FERREIRA; SILVA, 2013)
A Ginástica Laboral está em foco nos últimos tempos quando se fala em qualidade de vida nas empresas, sendo utilizada por meio da ergonomia, que é um conjunto de medidas que busca prevenir o surgimento e instalações de lesões osteomioarticulares ligadas às atividades do ambiente de trabalho. (CARDOSO; RODRIGUES; SOUZA, 2011)
Considerando o aumento das lesões musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho o objetivo do presente estudo foi identificar os benefícios que são adquiridos a partir da prática da Ginástica Laboral nas empresas para os trabalhadores e também para a empresa.
Para alcançar o objetivo foi realizada revisão de literatura em artigos específicos escritos na língua portuguesa, sobre o tema nas bases de dados como a LILACS, o portal Scielo, Google Acadêmico, EfDeportes e da biblioteca Dante Alighieri. Foram realizadas pesquisas buscando descritores referentes às características específicas sobre a aplicação da Ginástica Laboral no ambiente de trabalho e seus benefícios para o empregado e para o empregador. A coleta de dados se deu durante o período de maio a outubro de 2016, onde foi utilizada busca por meio de descritores como Ginástica Laboral, Doenças Adquiridas no Trabalho, LER/DORT.

L.E.R/D.O.R.T X Ginástica Laboral

O aumento do processo de mecanização da indústria trouxe consigo novas tarefas aos trabalhadores, onde atividades que levavam horas para serem executadas, são realizadas de maneira rápida e repetida milhares e milhares de vezes em um único dia. Quanto às novas tarefas, estas são direcionadas ao manuseio das novas máquinas, que com o aumento da produção ocasionam diversas vezes uma maior vulnerabilidade para que doenças ocupacionais, como a LER e DORT, venham a ocorrer. (DALLAGO, 2010)
A rotina da maioria dos trabalhadores é executar tarefas muitas vezes compostas por movimentos repetitivos e voltar pra casa, onde com o auxílio da tecnologia, em seu período de descanso, se tornam cada vez mais sedentários.
Tarefas repetitivas causam lesões que são conhecidas como LER/DORT (lesões por esforço repetitivo/ doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho) e estas são a causa de milhares de afastamentos apontados pelo INSS, contabilizando cerca de R$ 14,20 bilhões/ano pagos em benefícios aos afastados, dados alarmantes divulgados pela Previdência Social (BRASIL, 2009).

 A Pesquisa Nacional de Saúde 2013, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que 2,4% dos entrevistados referiram diagnóstico médico de LER/Dort. Considerando o universo de 146,3 milhões de pessoas com mais de 18 anos representado pela pesquisa, estima-se que cerca de 3,5 milhões de pessoas têm ou já tiveram essa doença diagnosticada. (FUNDACENTRO/MPS, 2015) 


Na busca de compensar os movimentos repetidos diversas vezes durante a jornada de trabalho e combater as posturas incorretas, a sugestão é por meio de atividades físicas diárias realizadas neste ambiente, com vistas em preparar o organismo para o trabalho físico prevenindo as DORT e diminuindo o estresse, se encontra a Ginástica Laboral (GL). (LIMA, 2005)
Sampaio e Oliveira (2008) conceituam a GL como sendo a execução de exercícios específicos de alongamento, coordenação motora, de fortalecimento muscular e de relaxamento realizados dentro da empresa, em diferentes setores, sendo uma ferramenta que leva a diminuição e prevenção dos casos de LER/DORT.
Trata-se de uma atividade planejada com práticas corporais elaboradas a partir da atividade profissional exercida, que busca aliviar a tensão causada pela atividade rotineira dos trabalhadores e que pode ser praticada antes, durante e/ou após o horário do expediente, onde são exercitadas várias atividades e exercícios físicos, que são muito mais do que um condicionamento mecanicista e repetitivo, pois atuam direta e especificamente na prevenção de doenças nos sistemas muscular e nervoso dos trabalhadores. Este tipo de ginástica também é conhecida como atividade física na empresa, ginástica do trabalho ou ginástica de pausa, com a participação livre e espontânea dos trabalhadores. (MENDES; LEITE; LIMA, 2005)
A GL é uma ginástica total que trabalha os aspectos psicológicos, o corpo e estimula o autoconhecimento, visto que amplia a consciência e a auto-estima e proporciona um melhor relacionamento consigo mesmo, com os outros e com o meio, levando a uma verdadeira mudança interna e externa das pessoas. (MENDES; LEITE, 2004)
No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas entre funcionários foram registradas em 1901, mas a GL teve sua proposta inicial publicada em 1973. Algumas empresas começaram a investir em empreendimentos com opções de lazer e esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, com a posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB). Foi introduzida em 1969 pelos executivos nipônicos da Ishikavajima Estaleiros, uma indústria de construção naval no Rio de Janeiro. (MENDES; LEITE, 2004)
Já no início da década de 70, a Federação de Estabelecimento de Ensino Superior (FEEVALE), em Novo Hamburgo (RS), por meio da Escola de Educação Física, publicou uma proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas, Educação Física Compensatória e recreação. Em 1979, a mesma entidade, em convênio com o SESI (Serviço Social da Indústria), elaborou e executou o projeto de Ginástica Laboral. Em 1999, a Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o curso que visa preparar alunos e profissionais para esta área de atuação. (SESI, 2010)
A prática de GL é aquela realizada no ambiente de trabalho, com pequena duração, evitando provocar sudorese ou desgaste físico ao trabalhador, pois este precisa, após a realização das atividades visando trabalhar as estruturas mais utilizadas nas suas tarefas, voltar em boas condições as suas funções de trabalho. (POLITO; BERGAMASHI, 2003). Esta atividade realizada no início da jornada de trabalho é chamada de Ginástica Preparatória.
De acordo com Achour Junior. (2002) a GL realizada antes de iniciar a rotina de trabalho por meio de exercícios de alongamento evita espasmos e encurtamento muscular, sendo um recurso profilático essencial para suprimir a tensão, espasmo muscular e instabilidade musculo articular.
Para Fernandes et al. (2002) alongamento é uma tensão que quando aplicada aos tecidos moles, provoca sua extensibilidade, aumentando a mobilidade articular e diminuindo a incidência de contraturas.
Segundo Geofroy (2001, p. 15), os principais benefícios que se pode adquirir pela prática do alongamento são a "prevenção de problemas tendinosos, lesões musculares (distensões, lacerações, contraturas), problemas articulares, o bem estar físico, desenvolvimento da consciência corporal, flexibilidade", entre outros.
A GL é composta principalmente por técnicas de alongamento e de exercícios de aquecimento que preparam as estruturas musculares e articulares, distribuídas pelos vários segmentos corporais, e deve sempre ser orientada e supervisionada por um educador físico. Pode ser realizada antes, durante ou após a jornada de trabalho, com sessões de 10, 15 ou 20 minutos, tem intuito de prevenir contra doenças ocupacionais, doenças cardiovasculares, diminuição de estresse, melhor entrosamento entre os funcionários e maior disposição para o trabalho. (SAMPAIO; OLIVEIRA, 2008)


FLEXIBILIDADE


Os aspectos fisiológicos observados na GL estão diretamente relacionados aos exercícios de flexibilidade e mobilidade articular que permitem ao trabalhador uma maior aptidão funcional, ou seja, o colaborador realizar de maneira independente e sem fadiga injustificada, atividades do cotidiano. (WACHTER, 2015)
Dantas (2005) cita que a maioria das lesões musculoesqueléticas ocorrem quando se ultrapassa as amplitudes normais da articulação, assim, a flexibilidade seria um fator determinante para aumentar a mobilidade articular e diminuir os riscos de lesões.
Garcia e Hartmann (2013) explicam a flexibilidade como sendo uma capacidade que influencia na aptidão física do indivíduo, ajuda na musculatura e no desempenho muscular prevenindo-a de doenças musculoesqueléticas e do sedentarismo. É um componente da aptidão física que pode se relacionar com a saúde ou com o desempenho motor.
Nahas (2010) cita que a flexibilidade muscular é a capacidade de um músculo se esticar sem sofrer danos; é a disponibilidade de uma articulação em ser movimentada ao longo de toda a amplitude natural do movimento. Esta magnitude está determinada pelo intervalo de movimento dos músculos que formam uma articulação e depende não só desta como também do seu tecido circundante, nomeadamente ligamentos, músculos e tendões, e diminui progressivamente depois de acabar o desenvolvimento músculo-esquelético.
Existem diversos exercícios para melhorar a flexibilidade muscular, onde os mais usuais estão inseridos no chamado método estático passivo, que consiste em estirar os músculos lentamente e na maior amplitude sem sofrer qualquer dor nem sensações desagradáveis. A regularidade na execução destes exercícios resulta em melhorias relevantes em flexibilidade. (DANTAS, 2005)
Achour Junior. (2002) cita que a flexibilidade é importante na capacidade do indivíduo, influenciando aspectos da motricidade humana, possibilitando arcos articulares mais amplos.

O programa de flexibilidade aplicado à população deve responder às necessidades de flexibilidade de acordo com as exigências do trabalho (exercícios de alongamento funcional) numa amplitude de movimento considerada normal, recomendada mediante testes motores específicos e uma avaliação diagnóstica do estilo de vida. Somente depois de interpretar os testes de flexibilidade e obter as informações do cliente por meio da ficha de avaliação, determina-se o método, o tempo de permanência e o número de séries nos exercícios de alongamento. (ACHOUR JUNIOR., 2002, p. 443)

Os exercícios de flexibilidade e a mobilidade articular permitem ao trabalhador uma maior aptidão funcional, fazendo com que movimentos que antes pareciam impossíveis de serem realizados, sejam feitos de forma menos brusca, mais harmônica e com um menor consumo de energia. (DANTAS, 2005)

BENEFÍCIOS DA GL

Martins (2001) mostra que o objetivo maior da GL por meio de sua prática, beneficiar o funcionário levando este a obtenção de alterações fisio-psico-sociais positivas, que contribuam para uma melhor qualidade de vida e, consequentemente tragam retorno para a empresa.
O estresse é quase sempre motivado por estímulos externos que provêm do trabalho, do lar ou dos demais afazeres da vida, estímulos estes que agem no psiquismo da pessoa, estimulando sentimentos tais como medo, raiva, ambição exagerada e culpa que irão, por sua vez, provocar uma reação do sistema nervoso, das glândulas que irão provocar as consequências físicas do estresse. (NETTO, 2000). O estresse, por sua vez, representa custos às empresas, devido às perdas (que podem ser grandes), de produtividade.
Uma vez implementada a GL pela empresa, viabiliza melhorias na qualidade de vida do trabalhador, atuando na prevenção e combate ao estresse, visto que durante a prática da atividade física é liberado um neurotransmissor chamado endorfina, responsável pela sensação de bem-estar e alívio das tensões, é recomendada a implementação de um programa de melhora na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores para que as empresas não sofram com os prejuízos. Está sendo implantada nas empresas como uma estratégia para a promoção da saúde, tendo em vista a Qualidade de Vida (QV) dos trabalhadores. (WÄCHTER, 2015)
O programa de atividades deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do ambiente de trabalho e de cada funcionário em particular, respeitando a realidade da empresa e as condições disponíveis.

Muitos são os benefícios que podem ser observados a partir da prática da GL tanto para o trabalhador quanto para a empresa, como o aumento da circulação sanguínea na estrutura muscular, melhorando a oxigenação de músculos e tendões; melhora da mobilidade e flexibilidade de músculos e articulações; melhora da postura; diminuição do esforço na execução das tarefas; facilitação da adaptação ao posto de trabalho; redução do grau de tensão no trabalho; redução efetiva dos distúrbios músculo-esquelético; previne a fadiga central e periférica; previne o estresse físico e mental; corrige vícios posturais nos postos de trabalho; evita e amenizando as causas de LER; incentiva e cria hábitos saudáveis, além de auxiliar no combate ao sedentarismo, depressão, estresse, ansiedade, melhora das capacidades físicas como força, flexibilidade, coordenação, ritmo, agilidade, resistência, melhora da postura, redução da fadiga, além de favorecer o relacionamento social e o trabalho em equipe, desenvolver a consciência corporal, fazendo com que os benefícios alcancem as esferas física, social e psicológica, melhorando assim o bem estar e qualidade de vida do trabalhador.  (UNGARATO, 2006)

Resultados da Ginástica Laboral

Diversos estudos demonstram resultados concretos obtidos a partir da observação da aplicação da GL dentro de algumas empresas. Alguns destes resultados podem ser observados no quadro 1 que se segue:



Autores Objetivo Método Resultados
CONFEF (2007) Reduzir os casos de DORT em bancários Implantação da GL em 232 agências bancárias para 8450 funcionários num período de 3 anos Redução de 44% de novos casos de DORT
Wachter (2015) Aquecimento dos grupos musculares que são utilizados no trabalho Sessões de 15 min de GL 2 x semana no início do turno, utilizando bolinhas de pontas, faixas de TNT, garrotes, bastões e balões, para 14 trabalhadores num período de 1 ano Diminuição nos índices de leve desconforto e desconforto sentidos pelos trabalhadores, aumento da flexibilidade
Longen (2003) Redução dos casos de DORT Aplicação de 3 meses de programa de GL Houve uma redução de 27 para 3 casos de DORT
Duarte et al (1999) Prevenção de DORT Aplicação de 6 meses de programa de GL Redução em cerca de 50% de idas ao ambulatório, redução de 60% das queixas com relação as dores durante o trabalho e um aumento de 100% na disposição para o trabalho.
Dafani e Francisco (2006) Redução do número de afastamentos médicos por DORT Aplicação de 6 meses de programa de GL sem adequação a uma programa de ergonomia Redução de modo significativo nos índices de afastamentos
Revista Economia e Negócio (2001). Redução dos casos de DORT Aplicação de um programa de GL por 2 anos Embraco - queda no número de casos confirmados de LER de 46, para cinco
Mendes (2000) Prevenção e redução das doenças ocupacionais e acidentes de trabalho Implantação de um programa de GL na indústria 33% observaram diminuição da fadiga muscular e aumento do desempenho no trabalho; 67% relatam melhora da qualidade de vida, melhorou o bem-estar geral e a saúde dos funcionários.
Martins e Duarte (2001) Redução dos casos de DORT e do número de afastamentos
  1. 3 meses de ginástica laboral;
  2. 6 meses de ginástica laboral.
1.Houve uma diminuição de 46% dos acidentes ocorridos e de 54% da procura ambulatorial- traumatoortopédica;
2.o índice de abstenção ao trabalho decresceu 86,67%, as dores corporais diminuíram em 64% e 100% dos trabalhadores afirmaram estar mais dispostos a realizar suas tarefas.
DURÃES (2011) Prevenção de doenças ocupacionais Aplicação de GL 3x ao dia na linha de produção e 2x por semana nas áreas administrativas 96% dos colaboradores afirmaram que a prática de exercícios contribuiu com o bem estar da equipe
Carvalho (2005) Verificar possíveis melhoras do estado de saúde geral dos funcionários 9 meses de um programa de GL, 5x semana 10 min para 27 funcionários, 21 da produção e 6 do escritório Redução de 33,3% para 11,1% de funcionários com dor de cabeça constante; 11% de redução de estresse mental; 12% de redução de insônia e eliminação do índice de falta de ar
Fonte: Criado pelos autores

A análise do quadro acima demonstra que a GL traz resultados positivos não apenas para funcionários da área de produção, mas também colabora efetivamente para a melhora da saúde de funcionários das áreas administrativas.  
Observando os resultados alcançados com as pesquisas realizadas nas empresas, pode-se perceber a importância da aplicação da GL na prevenção de doenças ocupacionais, tais como DORT, diminuição das dores musculares, aumento da flexibilidade, melhora nas crises de enxaqueca, redução do estresse mental, redução da insônia, melhora do bem estar da equipe de trabalho, na redução dos acidentes de trabalho, redução do índice de absenteísmo, maior disposição para o trabalho, aumento da produtividade, diminuição da procura por consultas no ambulatório, dos gastos com assistência médica e redução dos afastamentos, resultando em maior retorno financeiro para as empresas.  (REVISTA CONFEF, 2007)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fato que exista um grande número de trabalhadores portadores de DORT no Brasil e também ainda exista a falta de investimento das empresas em prevenção, o que faz com que os valores gastos pela Previdência Social com pagamento de benefício aos funcionários afastados pelo INSS sejam exorbitantes.
A prática indicada para compensar os movimentos repetitivos durante a jornada de trabalho seja na área de produção ou na área administrativa, a sugestão encontrada é a preparação do corpo para o trabalho físico prevenindo as DORT e diminuindo o estresse, melhorando assim a qualidade de vida do trabalhador, é a utilização da GL.
Com os resultados das pesquisas que foram levantadas, ficou claro que a aplicação de um programa de GL é eficiente na prevenção das DORT, na melhoria da qualidade de vida do trabalhador e da equipe de trabalho, na redução do índice de absenteísmo ocasionado pelos afastamentos, e assim colabora para o aumento de resultados positivos para a empresa.
Empresas que prezam pelo valor da qualidade, já perceberam que seu olhar deve estar voltado para a saúde e o bem-estar do trabalhador, sendo importante oportunizar o aprendizado sobre assuntos relevantes à saúde, cuidados com o corpo, mudança de hábitos e prática de exercícios físicos aos seus colaboradores. Estas informações devem incentivar e esclarecer sobre os benefícios dos exercícios praticados dentro da empresa, durante as atividades da GL e também fora dela.
Esta motivação e sensibilização do funcionário para com a importância da prática regular de exercícios físicos, bem como a prática da GL para que consiga realizar movimentos do dia a dia com maior facilidade, onde quanto mais alongados e aquecidos estiverem os músculos e articulações, menos probabilidade de lesões ele terá.  (WÄCHTER, 2015)
Um programa de GL implantado dentro de uma empresa leva a uma conscientização dos trabalhadores quanto à importância da prática regular de exercícios físicos e da interação social proporcionada pela sessão, trazendo a eles bem-estar e QV, sendo de grande importância que os trabalhadores entendam a necessidade de darem especial atenção à sua saúde.

REFERÊNCIAS

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http://www.natura.net/port/universo/resp_corporativa/visao1.asp. Acesso em 20 Out/201

POR:
Daniela Melo; Ilana Pereira; Itamar Alves; Renato Ventura; Roberto Dantas; Rodrigo dos Santos 


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