Fisioterapia na Epicondilite Lateral no Tênis






 
A epicondilite lateral como uma patologia específica da origem da musculatura no epicôndilo lateral, geralmente causada por sobrecarga, em que microlesões são geradas na região de inserção dos tendões extensores (mais frequentemente o extensor radial curto do carpo) do punho, dos dedos e, em menor grau, o extensor radial longo do carpo, além da porção anterior do extensor comum dos dedos.

No tenis,  a técnica incorreta na realização dos golpes é o fator que mais frequentemente causa a epicondilite lateral. Pacientes que desenvolvem o cotovelo de tenista, de um modo geral, batem seus golpes de backhand com o "cotovelo a frente" sem completar o movimento até o final da batida. A epicondilite lateral pode ocorrer pelo uso de equipamentos inadequados. O tamanho da empunhadura da raquete deve ser observada cuidadosamente e personalizada de cada um com o tamanho da mão do atleta, a tensão das cordas da raquete também deve ser medida.

A sobrecarga constante que ocorre em várias atividades esportivas (como o tênis) gera microtraumas nos tendões e nos músculos no epicôndilo lateral, e o fator sobrecarga é o principal mecanismo que gera a lesão. Os microtraumas promovem o surgimento de hiperplasia angiofibroblástica no tendão acometido, como resultado destes estímulos repetitivos crônicos. Esses achados sugerem que a epicondilite crônica constitui uma entidade mais degenerativa que inflamatória. Depois do trauma inicial, estas áreas se lesam com mais frequência, conduzindo a hemorragia e a formação com depósitos de tecido granulosos e de cálcio dentro dos tecidos circunvizinhos.

Diagnóstico

O diagnóstico normalmente é clínico, observando a história, queixa principal do paciente, exame físico e alguns testes específicos.

Ao exame físico, geralmente a amplitude de movimento do cotovelo é normal, porém em alguns casos mais graves encontra-se limitada devido ao quadro álgico.

Geralmente ao palpar o cotovelo do paciente nota-se edema e dor na região do epicôndilo. O paciente também pode vir a referir dor ao realizar a extensão passiva de punho o que ajuda a confirmar o diagnóstico.

Para excluir outras doenças com sintomas semelhantes à epicondilite lateral do cotovelo, deve ser realizado alguns testes específicos que podem ajudar no diagnóstico.

Teste de Cozen

Posição do Paciente: Sentado com o cotovelo em 90º, mantendo punho cerrado e pronado.

Descrição do Teste: O terapeuta com uma mão deve impor resistência sobre o punho do paciente, depois o paciente deve realizar uma extensão contra a resistência do terapeuta.

Sinais e Sintomas: Se o paciente apresentar dor no epicôndilo lateral por tendinite dos extensores, o teste é positivo para epicondilite lateral de cotovelo.

Teste de Mill

Posição do Paciente: Sentado com o cotovelo em extensão, manter o punho cerrado em posição neutra.

Descrição do Teste: O terapeuta irá proporcionar uma resistência sobre o punho do paciente em flexão, enquanto o mesmo tenta impedir realizando o movimento em extensão do punho.

Sinais e Sintomas: Se o paciente referir dor no epicôndilo lateral, o teste é positivo para epicondilite lateral de cotovelo.

Caso não seja confirmado o diagnóstico clínico através da anamnese e os testes específicos é necessário realizar exames complementares como a ultrassonografia e ressonância magnética para confirmar a epicondilite lateral.

O tratamento é clínico em 97% dos pacientes, apenas 3% evoluem com tratamento cirúrgico. Tratamento conservador, baseia-se em repouso, com uso e tala de velcro, tensores na região do cotovelo ou utilização de kinesio tape, medicações e fisioterapia. Podem ser realizadas infiltração e acupuntura em alguns casos.

Tratamento Conservador

A maioria dos pacientes com diagnóstico de epicondilite lateral do cotovelo reagem bem ao tratamento conservador. Se a patologia se encontra na fase aguda, o paciente deve seguir as seguintes orientações:

Repouso: Afastamento das atividades que coloquem pressão sobre o cotovelo ou que exija esforço muscular dos músculos extensores do punho.

Compressas de Gelo: Aplicar uma compressa de gelo na área acometida por 20 minutos em toda região. Sempre é bom colocar uma toalha fina entre o gelo e a pele para prevenir lesões.

Analgésicos e Anti-Inflamatórios: Conforme recomendação médica usar analgésicos como o paracetamol, anti-inflamatórios como o ibuprofeno ou o diclofenaco, poderão ser necessários para controlar a inflamação. Em alguns casos são realizadas injeções de sangue autólogo ou de plaquetas do paciente, que são injetadas na área da dor crônica no antebraço para tentar melhorar o quadro de cicatrização.

Órtese: Utilizar uma cotoveleira compressiva específica para reduzir o edema e o ponto de tração muscular, assim previne novas lesões.

Após a fase aguda a fisioterapia também deve ser realizada, pois além de ajudar no quadro de analgesia tem como objetivo recuperar a força e funcionalidade completa do membro, através dos recursos como:

Eletroterapia (Ultra-som, TENS, ondas curtas, laser..).
Realizar exercícios de alongamento dos extensores do punho que deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia, para amenizar os sintomas.
Fortalecimento muscular dos extensores do punho, utilizando um halter. Permanecer na posição por 8 segundos, realizar de 8 a 12 repetições.

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