Fisioterapia na Síndrome Impacto do Ombro






A síndrome do impacto do ombro (SIO) é uma patologia cada vez mais comum em jovens e, particularmente em indivíduos esportistas devido ao ombro ser uma das articulações que mais sofre impacto na prática de esporte de membros superiores como: natação, tênis, basquete, vôlei dentre outros. Vale ressaltar que a síndrome do impacto do ombro não acomete apenas os atletas de alta performance, mas também os atletas de fim de semana.

A síndrome do impacto, de forma didática, pode ser dividida em três fases de evolução:

Grau 1: É a fase inicial da doença, que se caracteriza por uma lesão inflamatória aguda nos tendões do manguito, principalmente do supra-espinhoso, acompanhada ou não por hemorragia. As lesões ocorrem como consequência de trauma agudo, ou mais frequentemente de sobrecarga no ombro, em pacientes jovens, e com freqüência em atletas.

O tratamento é conservador, já que as lesões agudas regridem com ou sem tratamento. A prevenção é feita com fortalecimento, balanceamento e alongamento muscular, além de exercícios proprioceptivos, principalmente para os praticantes de esporte.

Grau 2: Nesta fase intermediária já aparecem alterações degenerativas na região subacromial (abaixo do acrômio) e no manguito rotador, como consequência de lesões inflamatórias de repetição. Em geral, acomete pessoas acima dos 40 anos. Está relacionada com atividades que exigem a elevação frequente do braço durante as atividades laborativas, e se traduz em um quadro de dor mais constante, que ocorre também durante o repouso. O tratamento inicial é sempre conservador, podendo em alguns casos necessitar de correção cirúrgica. Portanto, nesta fase existem alterações anatômicas com características degenerativas, porém sem rotura do manguito rotador.

Grau 3: A marca desta fase é a rotura do manguito rotador, somada a todas as alterações degenerativas da fase anterior. Esta lesão ocorre mais com pessoas acima de 60 anos de idade. O tratamento inicial busca a melhora da dor e do processo inflamatório e depois a melhora da função. O tratamento cirúrgico é indicado na falha do tratamento conservador.

Na síndrome do impacto do ombro, a fisioterapia tem como objetivo diminuir o quadro álgico, o quadro inflamatório, restaurar o espaço subacromial sua integridade fisiológica, devolver força aos músculos comprometidos, reintegrar o paciente as atividades cotidianas (FILHO, 2001).

A proposta de tratamento fisioterapêutico é dividida em duas fases, na fase aguda a intervenção fisioterapêutica tem o objetivo de proteger o local lesionado, restaurar o arco de movimento sem dor, diminuir a dor e a inflamação, retardar a atrofia muscular, minimizar os efeitos nocivos da imobilização e da restrição de movimentos, a manutenção do condicionamento cardiovascular e independência com o programa de exercícios domiciliar. Na fase funcional, o tratamento, tem como objetivo alcançar o movimento sem dor, recompor a força, ampliar o controle neuromuscular.

O tratamento da síndrome do impacto deve ser inicialmente sempre conservador, independente da fase da lesão do manguito rotador. Deve-se tratar primeiramente a dor do paciente, através de medidas analgésicas, como:

- calor ou gelo local dependendo da sensibilidade do paciente
- anti-inflamatórios não hormonais (AINH)
- analgésicos
- fisioterapia (obrigatória na maioria dos casos)
- acupuntura

A intervenção fisioterapêutica com cinesioterapia pode ser iniciada tanto nos casos agudos ou crônicos, para aliviar a dor. Quando a dor se manifesta clinicamente, o processo inflamatório já está instalado, aumentando o volume das estruturas subacromias que alteram na fricção dessas estruturas contra o arco coracoacromial, resultando na ampliação do processo inflamatório e da dor. Segundo Brito (2009) "com o aumento do quadro álgico o paciente poderá deixar de usar o ombro em muitos dos movimentos do dia a dia, e com esse desuso afetará na biomecânica fisiológica do ombro".

Esse desuso dos músculos rotadores faz com que eles sejam os mais prejudicados, levando a uma superiorização da cabeça do úmero. Todavia, para reduzir o quadro inflamatório e a dor, é preciso descomprimir o espaço subacromial. Para tanto, é necessário iniciar um programa de fortalecimento dos músculos rotadores do manguito, o subescapular, o infra-espinhoso e o redondo menor (FILHO, 2001). Caso o paciente esteja incapacitado de realizar os movimentos, é recomendado iniciar com exercícios isometricamente.

Filho explica que esquematizou um plano de tratamento fisioterapêutico, que se inicia com:

• Cinesioterapia ativa dos rotadores Internos e Externos;

• Distensão capsular com inferiorização passiva da cabeça do úmero, descomprimindo o espaço subacromial;

• Alongamento do supra-espinhoso;

• Exercícios de Coodman, também para descompressão subacromial;

• Crioterapia;

• Medidas eletroterápicas antiinflamatórias: ultrassom, iontoforese,

Adverte-se para os exercícios que necessitam transpor o ombro acima da cabeça e, também, atividades que possam impactar o subacromial e a dor. Vale ressaltar que após o alívio da dor e a restauração do arco de movimento é necessário o fortalecimento de toda musculatura da cintura escapular.

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