Método de Feldenkrais




Moshé Pinhas Feldenkrais foi o criador do Método Feldenkrais, uma disciplina que pretende melhorar a utilização do corpo que cada um faz, através do aumento da auto-consciência no movimento, numa perspectiva de auto-educação.

Personalidade multifacetada, com um percurso interessantíssimo, nasceu em 1904, na actual Ucrânia, numa família judaica. Foi dos primeiros colonos de Israel, em 1918. Conheceu Jigoro Kano e foi um dos primeiros europeus a obter um cinto negro em Judo.

Desenvolveu o seu método na sequência de uma lesão num joelho, que segundo os médicos, não era tratável.

A dinâmica da acção pessoal

Cada ser move-se, sente, pensa e fala da maneira que lhe é própria e que corresponde à imagem que de si construiu ao longo da sua existência.

Para alterar o tipo e a forma do seu comportamento, é necessário que ele altere a imagem de si próprio que traz consigo.

Naturalmente, isso não significa substituir uma reacção por outra, mas antes alterar a dinâmica das suas reacções. A noção de “dinâmica” deve aqui ser lida no sentido mecânico, da mesma forma como a ciência da movimentação de objectos sob a influência de forças, relaciona-se com o conceito de gravidade. Toda e qualquer reacção dela fazendo parte dessa dinâmica. …

Uma semelhante alteração na dinâmica da nossa forma de agir equivale a uma alteração na natureza das nossas motivações, assim como à mobilização de todas as partes do nosso corpo interessadas nessa mesma alteração.

A forma como se dão essas alterações marca as diferenças entre indivíduos, diferenças que podemos apreciar quando observamos duas pessoas a fazer a mesma coisa. Duas escritas, duas formas de expressão, podem ser semelhantes, mas não serão nunca iguais.

Agir não significa saber

Que alguém faça algo não significa que saiba, nem mesmo superficialmente, o que fez, ou como o fez. Se ele tentar aperceber-se da sua acção, isto é, de a analizar atentamente nos seus infímos pormenores, não tardará a dar-se conta de que mesmo a mais simples e a mais comum das acções, tal como levantar-se de uma cadeira, é um mistério, e que não faz absolutamente nenhuma idéia de como isto, é feito.

Contrai os músculos da barriga e das costas ?
Contrai primeiro as pernas ou inclina primeiro a parte superior do corpo?
O que fazem os olhos, e o que faz a cabeça ?

É fácil perceber que não sabe o que faz para conseguir levantar-se de uma cadeira, ao ponte de chegar mesmo a deixar de saber como fazê-lo. Aí chegado, pouco resta a fazer, ele não tem outra escolha senão voltar ao método normal, que é dar ordem para levantar e deixar que as suas partes especializadas executem a acção como quiserem - isto é, de acordo com a rotina.

O que concluir? Que o auto-conhecimento não se adquire sem um esforço considerável, e que essa aprendizagem pode mesmo pertubar a execução de certas acções. O pensamento e o intelecto, que reconhecem e que sabem, são inimigos dos actos automáticos e habituais. É bem conhecida a história da centopéia que ficou incapaz de se mover depois que lhe perguntaram a ordem em que ela movia as patas”

Retirado de http://lisboaphysio.wordpress.com

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