O joelho é a maior e mais complexa articulação do corpo




No Brasil, país apaixonado por futebol, lesões e outros problemas nos joelhos se transformam em casos frequentes nos noticiários.

Também no mundo dos anônimos estes acidentes são mais comuns do que se pode imaginar, tanto entre os que se dizem atletas quanto naqueles que o são apenas nos fins de semana.

Segundo estatísticas, nos Estados Unidos ocorrem em média cem mil lesões do ligamento. No Brasil, os dados não são conclusivos, mas, acredita-se que o número também seja representativo.

Para o ortopedista Rene Abdalla, é, seguramente, a lesão mais frequente encontrada em esportistas. "Chego a operar 180 pacientes por ano", enfatiza.

O joelho é uma articulação importante em diversos movimentos, como andar, sentar, correr, agachar ou pular. Composto pelos ossos da coxa (fêmur) e da perna (tíbia), ainda inclui a patela, antigamente conhecida por rótula.

Para interligar todas essas partes, contamos com estruturas de suporte, como ligamentos, tendões e os meniscos, entre outros. "Estes últimos são pequenas estruturas formadas por cartilagem, que têm o objetivo de absorver impacto e oferecer estabilidade à articulação", explica o especialista.

As principais lesões não traumáticas de joelho, para quem não é atleta, são as inflamações dos tendões ou tendinites. As artroses são também queixas frequentes nos consultórios, especialmente em pessoas com mais de 60 anos. O problema também vem sendo bastante frequente entre mais jovens que tiveram seus meniscos retirados por algum problema anterior.

A retirada de meniscos era bastante corriqueira até meados da década de 1980, quando se constituia na única opção para correção dos problemas na região. "Hoje em dia a tecnologia é muito mais moderna e permite não apenas visualizar a localização exata da lesão, como repará-la", afirma o especialista em cirurgia do joelho Marcello Ganem Serrão.

Artroscopia

A principal queixa de dores nos joelhos de não-atletas é conhecida entre os médicos por condromalácea. Pouco conhecida, é mais frequente entre mulheres e atinge a articulação entre a patela e o fêmur.

Caracterizada por dor no segmento anterior do joelho, principalmente ao subir escadas, se levantar de uma cadeira ou esticar o joelho. O distúrbio também provoca estalos durante o movimento.

De acordo com Serrão, esse é processo inflamatório causado por má formação genética ou atrofia muscular crônica. "Embora possa atingir meninas ainda na adolescência, é mais comum a partir dos 20 anos de idade ou em pessoas sedentárias há mais de 10 anos."

O grande problema é que, se não diagnosticada e tratada corretamente, a inflamação pode levar à artrose ou à erosão da cartilagem, males ainda mais graves.

De acordo com o especialista, a prática de atividade física regular é a melhor maneira de prevenir a lesão, especialmente se forem incluídos exercícios de musculação, devidamente orientados por um profissional capacitado.

Confirmado o diagnóstico, o tratamento varia conforme o estágio do problema, e pode incluir medicamento antiinflamatório, sessões de fisioterapia, exercícios específicos e, às vezes, intervenção cirúrgica. Mesmo nesse último caso, a cirurgia é relativamente simples, realizada por artroscopia.

A técnica corrige lesões por meio de pequenos orifícios na pele, nos quais são introduzidos equipamentos que permitem enxergar o joelho internamente. E possibilitam ainda corrigir o problema, ao contrário das tradicionais cirurgias, com grandes cortes e longas internações hospitalares.

O vilão é o ligamento cruzado

Um pique ou deslocamento muitas vezes despretensioso, um passo em falso ou uma dividida mais dura. Se o pé estiver apoiado, o joelho faz um movimento rotacional, "esticando" o ligamento até causar um rompimento.

Depois disso, o atleta não sente mais nada além da dor, muita dor. É assim, o roteiro de uma ruptura do ligamento cruzado anterior, a lesão mais temida por 100% dos atletas.

O joelho é a maior e mais complexa articulação do corpo e depende de quatro complexos ligamentares básicos, assim como de músculos e tendões, para manter sua função normal.

De maneira simplificada, existem dois ligamentos nos lados do joelho: o ligamento colateral medial e o colateral lateral, e na parte central os ligamentos cruzados anterior e posterior. Este ligamento conecta a parte frontal da perna à parte posterior do fêmur (coxa) e evita que a perna deslize anormalmente para frente.

Desmanche

Os traumas mais comuns que promovem lesão do ligamento cruzado anterior são as torções e o choque direto contra o joelho, durante práticas esportivas (por exemplo, esqui no primeiro caso e futebol no segundo). Nesses casos, o joelho é forçado a uma posição anormal resultando em ruptura de um ou mais ligamentos.

"Na maioria dos casos, quando ocorre lesão desse ligamento, o atleta sente uma sensação de falseio, como se o joelho saísse do lugar, acompanhado por um estalo", explica o ortopedista Rene Abdalla.

O trauma é associado a inchaço, dor e incapacidade de continuar em atividade. Após algumas horas o joelho aumenta de volume (líquido intra-articular) e a marcha se torna dificultada. "Esses sintomas são piores nos dois primeiros dias, regredindo progressivamente, depois desse tempo", observa o especialista.

Fonte: www.parana-on-line.com.br

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