Zumbido no ouvido





Quem já ficou irritado com uma abelha zumbindo próximo ao ouvido ou com qualquer barulhinho constante que possa atrapalhar a concentração, não consegue imaginar ter de conviver com essa situação todos os dias.

Pois no Brasil, 17% da população convivem diariamente com um zumbido contínuo, segundo dados da Sociedade Brasileira de Otologia.

O tipo de barulho varia, podendo ser como um apito, um chiado ou até mesmo semelhante a uma sirene ou a um escape da panela de pressão, e tem diferentes intensidades. "Na maioria dos casos, o problema é leve ou moderado. Mas em alguns casos, pode até atrapalhar as atividades diárias que exigem concentração", relata o otorrinolaringologista Fayez Bahmad Júnior, especialista em saúde auditiva do Hospital Dr. Juscelino Kubitschek, em Brasília.

De acordo com levantamento do ambulatório de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 50% dos pacientes com zumbido têm problemas para dormir e 43,5% apresentam dificuldades de concentração.

Possíveis causas

O distúrbio nada mais é do que o sintoma de que algo está errado com a audição. A perda auditiva é a principal causa do problema e, por isso, ele é mais comum em idosos. O comprometimento da audição pode ser ocasionado por motivos que vão desde a exposição a um ruído muito intenso, passando por uma infecção viral grave – como no caso da meningite – e chegando a surdez precoce. Problemas na coluna cervical, dificuldades na mastigação, colesterol alto, doenças auto-imunes (como a esclerose múltipla), hipertensão e utilização de medicamentos que prejudiquem a audição também podem contribuir para o aparecimento desse distúrbio.

Além desses fatores, o zumbido pode ter fundo psicológico. "O cérebro cria um círculo vicioso. A pessoa passa a prestar atenção no barulho continuamente e isso realimenta o zumbido", explica Robinson Koji Tsuji, do Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O otorrinolaringologista Daniel Okada, do Hospital Santa Cruz, também na capital paulista, completa: "o cérebro tem muitas conexões com o ouvido, o que explica alguns desses casos." Ansiedade, estresse e depressão também podem ter relação direta com o aparecimento do problema.

Pacientes com esse diagnóstico devem evitar açúcar, gorduras, cafeína ou qualquer outro tipo de estimulante, já que eles aumentam o ritmo cardíaco e a pressão, aumentando a sensação de ruído.

Tratamentos

O primeiro passo é investigar a causa do zumbido. O paciente passará por exames físicos, laboratoriais, testes auditivos e, se for o caso, exames de imagem, como a ressonância. Somente com o diagnóstico correto é possível analisar se o distúrbio pode ser curado ou, ao menos, controlado.

Estudos recentes revelam que, ao contrário do que ocorria no passado, a maior parte dos pacientes que se queixam do problema vai apresentar melhora considerável no quadro ou até a cura. Entre os tipos de tratamento, os mais comuns são:

Medicamentos: a administração correta de remédios melhora a circulação do sangue, há uma maior vascularização do nervo auditivo, o que diminui o zumbido.

Cirurgia otológica: em geral, é indicada para casos de pacientes com infecção no ouvido.

Enriquecimento sonoro: o paciente é inserido em um ambiente com mais estímulos de sonoros ou passa a usar próteses auditivas – semelhantes a aparelhos de ouvido – que emitem um som em volume bem baixo. Logo, a pessoa passa a não perceber o zumbido e se acostuma com ele.

TRT (sigla em inglês de "tinnitus retraining teraphy" – terapia do retreinamento do zumbido): o objetivo, neste caso, é desfazer as conexões negativas que o cérebro faz com o sistema auditivo por meio de diversas técnicas, entre elas o relaxamento.

Acupuntura: ainda faltam pesquisas mais conclusivas sobre a técnica, mas resultados preliminares de um estudo realizado pelo médico Daniel Okada, com 76 pacientes, demonstraram que a acupuntura pode ser eficaz no alívio imediato do zumbido.

Psicoterapia: indicada para casos em que o distúrbio é psicológico. O tempo e a forma de tratamento vão depender da avaliação de um terapeuta e das possíveis causas psicológicas do zumbido


Fonte: Ig



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