Prótese não é sinônimo de dor e sofrimento




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Os amputados e seus familiares geralmente não apresentam conhecimentos sobre as próteses e todo o processo que deveria acontecer durante o período de reabilitação, principalmente quando se trata de um caso novo na familia. Antes mesmo de se iniciar uma protetização, é importante orientar ao portador de amputação quais cuidados devem ser tomados com a ferida cirúrgica, qual o melhor posicionamento que o membro amputado deve permanecer, qual a técnica correta do enfaixamento elástico compressivo e seu tempo de uso, como estimular a contração da musculatura remanescente do coto de amputação, como utilizar os auxiliares de marcha e também como decidir pelo tipo de prótese a ser utilizada.

A escolha de uma prótese não deve ser realizada como a escolha de um automóvel, ou seja, optar pelo mais bonito ou pelo mais barato. Vale a pena lembrá-los que a prótese deve atender aos objetivos individuais de cada amputado, portanto, uma avaliação deve ser realizada tanto para análise clínica do paciente quanto para se determinar quais são os objetivos pessoais com a protetização, assim como quais tipos de atividades pretendem ser realizadas. Como por exemplo, se haverá a utilização de escadas e rampas com frequência, se a prótese será utilizada em ambientes úmidos ou em práticas desportivas, entre muitas outras perguntas pertinentes a este assunto. 

Em um mundo tão globalizado e com inúmeras opções de componentes para se confeccionar uma prótese, cabe ao especialista determinar o que é mais indicado para cada indivíduo e ao paciente questioná-lo sobre tal escolha. Por que deve ser utilizado determinado tipo de soquete, joelho ou pé mecânico? Os objetivos funcionais serão alcançados, possibilitando segurança e normalidade aos movimentos com a prótese? Haverá um acompanhamento inicial com reabilitadores?

Infelizmente em um mundo capitalista, a necessidade de muitos profissionais em vender uma prótese extrapola a ética profissional e amputa novamente toda a esperança de uma plena reabilitação de um paciente já fragilizado. Uma boa prótese deverá ser composta por componentes específicos para cada tipo de paciente e não por aqueles componentes estocados nas prateleiras das ortopedias.

Profissionais especializados

O conhecimento técnico para ajustes e regulagens dos pés e joelhos deve ser feito com propriedade, pois interfere diretamente na estabilidade e controle da prótese durante sua utilização. Agora pergunto aos senhores: Os profissionais do mercado estão preparados para toda esta nova tecnologia que surge com frequência?

Já não é mais surpresa, recebermos pacientes protetizados com boas próteses, porém com componentes mal regulados para o peso e para as atividades exercidas. Também se tornou rotineiro avaliarmos soquetes (componente que envolve o coto de amputação) mal adaptados, trazendo dor, desconforto, instabilidade e dificuldade para uso contínuo de uma prótese. Com absoluta certeza, continuaremos encontrando muitos pacientes descontentes com suas próteses e com a qualidade da marcha.

Considerando as importantes informações descritas acima, sugiro aos amputados e seus familiares que não escolham suas prótese por preço. Analise a proposta de trabalho, a procedência dos materiais, a qualificação dos profissionais e conheça o local onde será iniciado sua reabilitação.  

Informe-se previamente sobre a qualificação dos profissionais, pois alem da confecção da prótese será necessário um acompanhamento de fisioterapeutas para treinamento de marcha e ajustes dinâmicos.

Visite as empresas indicadas, conheça à oficina ortopédica e o local destinado a reabilitação, que deve no mínimo ter barras paralelas longas, rampas, escadas e espaço amplo para treinos de equilíbrio, propriocepção e treinamento de marcha.

Não confunda lojas ortopédicas com centros especializados em reabilitação de amputados e principalmente, não acredite que dores, desconfortos e calosidades são necessários para maturação do coto de amputação dentro do soquete protético.

Realmente espero cada vez mais encontrar amputados reabilitados e não reconhecê-los como usuários de próteses.



Dicas do mês para estudantes e profissionais de Fisioterapia


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