Cinesioterapia como importante recurso da Fisioterapia





HISTÓRICO DA CINESIOTERAPIA

Em um período entre 4000 a.C. e 395 d.C. o movimento humano era utilizado no tratamento de disfunções já estabelecidas, já instaladas e faziam parte das funções dos sacerdotes.

Na Idade Média, ocorreu uma interrupção dos estudos na área da saúde, pois nessa época o corpo era considerado inferior, sem importância, havia um culto da alma, do espírito. Já no final da idade média e início do Renascimento, as belezas físicas do homem e da mulher começaram a ser valorizadas, desenvolve-se a preocupação com o corpo refletido pela revitalização do culto ao físico. Neste período, o exercício era ligado à cultura da beleza física, do belo. Ao final do Renascimento, Don Francisco e
Ondeano Amorós (1779-1849) dividiram a ginástica em quatro pontos, sendo o terceiro ponto a cinesioterapia, que tinha a finalidade de manutenção de uma saúde forte, tratamento de enfermidades, reeducação de convalescentes e correção de deformidades.

Nesta mesma época, surge a diferenciação da ginástica com fins terapêuticos e manutenção de condições normais, quando ficou definido que o tratamento de enfermos mediante exercícios é algo distinto da ginástica para pessoas sãs. Com a industrialização, começam a surgir patologias relacionadas com a atividade de trabalho, além de outras epidemias  e doenças. Com isso, novas tecnologias começam a ser empregadas para a melhoria da saúde e medicina, momento em que houve o predomínio de uma concepção de saúde direcionada para a assistência curativa, recuperativa e reabilitadora, assim como a necessidade de especializações na área da saúde.

Durante a guerra, ocorreu um grande número de casos de lesões, mutilações, alterações físicas de vários tipos e graus, grande campo de atuação da cinesioterapia,  favorecendo o crescimento da fisioterapia e desta área.

Os primeiros estudos sobre a utilização dos exercícios terapêuticos datam da Grécia e Roma antiga, porém foi a partir da I Guerra Mundial que houve um aumento acentuado da utilização deste recurso para a reabilitação  de pacientes, isso devido ao grande números de incapacitados durante e após os combates.

DEFINIÇÃO

A cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma de tratamento, o recurso se autodenomina, cinesio significa movimento. A cinesioterapia é uma técnica que se baseia nos  conhecimentos de anatomia, fisiologia e biomecânica, a fim de proporcionar ao paciente um melhor e mais eficaz trabalho de prevenção, cura e reabilitação.
O exercício terapêutico tem como objetivo manter, corrigir e/ou recuperar uma determinada função, ou seja, restaurar a função normal de corpo ou manter o bem estar (SHESTACK, 1987). Sua principal finalidade é a manutenção ou desenvolvimento do movimento livre para a sua função, e seus efeitos baseiam-se no desenvolvimento,  melhora, restauração e manutenção da força, da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do relaxamento e da coordenação motora (KISNER & COLBY, 1998).
Segundo o COFFITO a fisioterapiabusca alcançar, através de metodologias e técnicas próprias baseadas na utilização terapêutica dos movimentos e dos fenômenos físicos, uma melhor  qualidade de vida para o cidadão, frente às disfunções intercor-rentes.

As metodologias e as técnicas da cinesioterapia são práticas próprias e exclusivas do profissional fisioterapeuta, sendo sua indicação e sua utilização prática terapêutica própria, privativa  e exclusiva do profissional Fisioterapeuta.

CINESIOTERAPIA E FISIOTERAPIA

Uma das mais óbvias características que mostram a existência de vida em um organismo é a presença de movimento (GREVE & AMATUZZI, 1999) e é a partir dele que desempenhamos  grande parte das nossas funções. O desenvolvimento e a manutenção das estruturas responsáveis pela motricidade dependem constantemente da execução dos movimentos, isto é, a ação motora estimula o sistema que a produz. Podemos dizer que todo o sistema locomotor é, a cada momento, a manifestação da
maneira com que tem sido usado. Pode-se concluir que o aspecto dinâmico do corpo é um dos principais responsáveis por sua saúde. Qualquer alteração desta dinâmica afetará cedo ou tarde, tanto o trofismo como as estruturas responsáveis pelos atos motores. A indicação da cinesioterapia é bastante criteriosa, necessita de avaliação
para traçar objetivos e estratégias, além de reavaliações freqüentes, visando a atualização junto a progressão do paciente e em conseqüência da necessidade de correções
ao programa inicial até atingir o potencial de recuperação esperado.

O exercício físico classifica- se como estético, desportivo  e terapêutico, sendo o último utilizado em fisioterapia. O exercício na Cinesioterapia poderá ser passivo ou ativo. No primeiro, o terapêuta realiza o movimento, sem a ajuda do paciente. A cinesioterapia passiva engloba os meios e as formas em que o doente tem participação passiva; o
movimento é executado quer manualmente por outro indivíduo, quer através de aparelhagens especiais, que imitam os movimentos fisiológicos ou realizam-se manipulações de diferentes segmentos ou tecidos, com o auxílio de diversas metodologias. Enquanto que, na cinesioterapia ativa, o paciente realiza o movimento, sem a ajuda do  terapeuta. É caracterizada pela participação ativa e consciente do paciente, que executa voluntariamente os movimentos. O exercício ativo se divide em três tipos: ativo-assistido, este é realizado pelo paciente que recebe ajuda parcial do terapeuta; ativo livre, realizado pelo paciente com ou sem a ação da força da gravidade, e ativoresistido,
quando o movimento é realizado contra a resistência manual, mecânica ou fluida.

O programa de exercícios para cada paciente é determinado de acordo com suas necessidade e baseia-se na avaliação da incapacidade do paciente. A modalidade,
freqüência e duração do  tratamento cinesioterapêutico são determinados frente à história clínica e exame físico do paciente, sendo que este inclui a inspeção, palpação, mensuração, avaliação dos reflexos, testes especiais, teste de força muscular e de amplitude articular de movimento (SHESTACK, 1987)

CONCLUSÃO:

Com o trabalho cinesioterapêutico, esperamos  reabilitar ou melhor reequilibrar as forças mecânicas atuantes em nosso organismo como um todo, proporcionando uma melhor qualidade de movimento levando a uma melhora da qualidade de vida. E para isso a cinesioterapia é de fundamental importância para a fisioterapia, visto que o
movimento só se cura com o movimento. Este recurso baseiase  em estudos científicos de biomecânica, anatomia e fisiologia, dividindo-se em várias metas. Quando observamos uma gama de patologias podemos dizer que na maioria delas a cinesioterapia tem seu campo de atuação, pois sempre há o comprometimento de alguma função
orgânica e achamos, entre as metas da cinesioterapia, a solução.

Vários autores afirmam que os outros recursos da fisioterapia, como os agentes eletrotermoterápicos, ajudam na intervenção junto ao paciente, porém estes agentes não conseguem fazer a cura da patologia por si só. "O exercício terapêutico é considerado um elemento central na maioria dos planos de assistência da fisioterapia, complementado por outras intervenções, com a finalidade de aprimorar a função e reduzir uma incapacidade" (HALL & BRODY, 2001)

"O exercício terapêutico é uma das ferramentas chave que um fisioterapeuta usa para restaurar e melhorar o bem estar musculoesquelético ou cardiopulmonar do paciente"
(KISNER & COLBY, 1998).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GARDINER, M. Dena. Manual e terapia por exercícios. São Paulo: Santos, 1995.

GREVE, Julia M D. ; AMATUZZI, Marco Martins. Medicina de Reabilitação aplicada à ortopedia e traumatologia. São Paulo: Roca, 1999.

HALL, Carrie; BRODY, Lori Thein. Exercícios Terapêuticos em busca da função. São Paulo: Manole, 2001.

KISNER, Carolyn; COLBI, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998.

REBELATO, J.R.; BATONÉ, S. P. Fisioterapia no Brasil - perspectivas de evolução como campo profissional e como área de conhecimento. São Paulo: Manole, 1987.

SHESTACK, Robert. Fisioterapiaprática. 3.ed. Sao Paulo: Manole, 1987.

THOMPSON, Ann et al. Fisioterapia de Tidy. 12. ed. São Paulo: Santos, 1994

Autoas:
Layana de Souza Guimarães
Mônica Cardoso da Cruz


Dicas do mês para estudantes e profissionais de Fisioterapia


Tecnologia do Blogger.