Causas da Hipotonia Muscular






Os músculos mantêm-se normalmente em um estado de contração parcial, o tônus muscular, que é causado pela estimulação nervosa, e é um processo inconsciente que mantém os músculos preparados para entrar em ação. Quando o nervo que estimula um músculo é cortado, esse perde tônus e se torna flácido. Estados de tensão emocional podem aumentar o tônus muscular, causando a sensação física de tensão muscular. Nessa condição, gasta mais energia que o normal e isso causam a fadiga. Ao toque, somos capazes de observar a diferença de uma musculatura com hipo ou hiperpertonia.

O tônus muscular poderá ser analisado de várias formas na prática clínica. A resistência ao movimento passivo, realizada a diferentes velocidades a angulações, e sempre comparando com o lado oposto, poderá dar informação útil sobre o aumento ou diminuição do tônus e sobre a possível assimetria que possa existir. O balanceio dos membros será outra técnica que poderá fazer sobressair assimetrias do tônus muscular. A rigidez poderá ainda ser reforçada por meio do movimento voluntário do membro contralateral, o chamado reforço. A hiperextensibilidade poderá ser um excelente sinal de hipotonia.

Como o  tônus muscular é um estado de tensão permanente do músculo estriado, mesmo quando em repouso, ou por outras palavras, é a resistência encontrada ao movimento passivo dos membros, há três reflexos essenciais que explicam a existência do tônus muscular:
1º – reflexo miotático da extensão
Sempre que existe um estiramento muscular, os receptores intrafusais do fuso são estimulados, enviando sinais pelas fibras aferentes IA até a medula, onde as fibras se conectam com o motoneurônio α, promovendo a contração muscular, evitando assim o estiramento muscular excessivo.
2º – reflexo miotático inverso
Sempre que existe um aumento da tensão muscular, os receptores do órgão tendinoso de golgi sao estimulados, enviando sinais pelas fibras aferentes IB até a medula, onde as fibras se conectam com dois interneurônios, um que irá inibir o motoneurônio α do músculo agonista e outro que irá ativar o motoneurônio α do músculo antagonista, evitando assim a contração excessiva do músculo agonista.
3º – reflexo de encurtamento
Consiste numa contração muscular reflexa à medida que o músculo vai se aproximando dos seus pontos de inserção, sendo então notado a partir de um determinado ângulo de flexão da articulação.
Dentre os distúrbios do tônus, temos a hipertonia e a hipotonia. A hipertonia, como o próprio nome diz, corresponde a um aumento da resistência ao movimento passivo das articulações. Hipotonia será a diminuição da resistência ao movimento passivo de uma articulação. Poderá ter uma origem neuropática, radicular, medular ou muscular. Faz-se normalmente acompanhar de hiperextensibiliade (exceto no caso da hipotonia cerebelar), perda de força muscular, atrofia e/ou fasciculações e hiporreflexia. Poderá ainda, ser cerebelar ou extrapiramidal como é o caso da coreia. Quando cerebelar, normalmente não será tão marcada como nas lesões do arco reflexo, nem se fará acompanhar de hiporreflexia ou déficit de força muscular. Sob o ponto de vista clínico a hipotonia tem sido interpretada como sinal de diminuição da atividade nos circuitos reflexos, sendo essa decorrente de lesão do Sistema Nervoso Central.

As principais causas de Hipotonia Muscular são:

Lesões cerebrais ou encefalopatia por défice de oxigénio ou irrigação cerebral e é das principais causas de hipotonia central no recém-nascido;
Atrofia muscular espinhal tipo I, distrofia miotónica congénita e as miopatias congénitas são as principais causas de hipotonia periférica no período neonatal;
Doenças hereditárias;
Distúrbios neuromusculares e da informação nervosa enviada aos músculos;
Doenças genéticas ou cromossómicas;
Infecções;
Lesões da medula espinhal durante o nascimento;
Surge muitas vezes associada a paralisia cerebral;
Em recém-nascidos prematuros (menos de 37 semanas) deve-se ao tónus muscular ainda não estar completamente desenvolvido;
Na idade mais avançada, as causas mais habituais são a esclerose múltipla e doenças neuronais motoras.

A Fisioterapia Pediátrica para crianças com Hipotonia é essencial na busca da melhora do tônus muscular. Dessa forma, o profissional atuará para que futuras contraturas sejam evitadas. O fisioterapeuta trabalha na postura e coordenação do paciente, fortalecendo ao redor das articulações e da extremidade, para proporcionar maior estabilidade e suporte.
  
As intervenções terapêuticas são de bastante importância para que a pessoa afetada por este tipo de enfermidade consiga normalizar ou pelo menos minimizar as suas posturas em termos musculares e ao mesmo tempo facilitar a sua movimentação



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