Como Prescrever Exercícios para Pacientes com Tendinopatia Patelar


A tendinopatia patelar, frequentemente associada a sobrecarga mecânica e microlesões repetitivas no tendão patelar, é uma condição comum que impacta a funcionalidade e a qualidade de vida, especialmente em atletas e indivíduos ativos. A prescrição adequada de exercícios é o pilar do tratamento conservador, mas demanda compreensão da fisiopatologia do tendão e da resposta adaptativa ao estímulo mecânico.

Fundamentos para a prescrição de exercícios

A resposta do tendão ao exercício segue uma curva dose-resposta complexa, onde a carga mecânica precisa ser suficiente para estimular a síntese e reorganização do colágeno, sem exceder o limiar que provoque dor e agravamento. A prescrição deve ser individualizada, considerando a fase da lesão, a intensidade da dor e o nível funcional do paciente.

Estratégia prática para a prescrição

  1. Avaliação inicial

    • Identifique os gatilhos de dor (carga compressiva ou tensional) e os movimentos que exacerbam os sintomas.

    • Avalie o padrão biomecânico de membros inferiores, incluindo força, flexibilidade e alinhamento, para direcionar o programa.

  2. Fase 1: Redução da dor e ativação controlada

    • Exercícios isométricos: Realize contrações isométricas de extensão de joelho em ângulos de 30 a 60 graus, com duração de 30 a 45 segundos, em séries de 4 a 5 repetições.

    • Objetivo: Modulação da dor via inibição nociceptiva e estímulo do tendão para adaptação inicial.

    • Detalhe: O paciente deve ser instruído a manter a intensidade da dor em níveis toleráveis (em torno de 3-4 na escala de dor), sem aumentar após o exercício.

  3. Fase 2: Transição para exercícios concêntricos e excêntricos controlados

    • Exercícios excêntricos: Flexão controlada do joelho com extensão excêntrica, como descida lenta em agachamento parcial (até 60 graus).

    • Frequência: 3 séries de 15 repetições, uma a duas vezes ao dia.

    • Protocolo adaptado: Pode-se iniciar com cargas corporais e progredir para carga externa (halteres ou máquina).

    • Foco: Controle do movimento, evitando compensações e mantendo a estabilidade do tronco e do membro inferior.

  4. Fase 3: Reforço funcional e reintrodução de atividades específicas

    • Exercícios pliométricos e de carga progressiva: Saltos controlados, subidas de escada, agachamentos com carga progressiva, e exercícios que envolvam padrões esportivos.

    • Critério de progressão: Ausência de dor incapacitante e boa execução técnica.

    • Objetivo: Preparar o tendão para demandas funcionais, melhorar resistência e potência.

Pontos críticos para o sucesso do tratamento

  • Monitoramento da dor: É fundamental educar o paciente para não ultrapassar os limites de dor que podem retardar a recuperação.

  • Controle biomecânico: Corrigir desvios dinâmicos como valgo dinâmico do joelho e pronação excessiva do pé reduz a sobrecarga no tendão.

  • Consistência e progressão gradual: A adaptação tendínea ocorre lentamente; portanto, o programa deve ser mantido por semanas a meses para resultados efetivos.

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