A Importância do Fortalecimento Muscular no Tratamento da Síndrome do Impacto no Ombro

 



A Síndrome do Impacto no Ombro (SIO) representa uma das principais causas de dor e disfunção da articulação glenoumeral, caracterizada pela compressão dos tendões do manguito rotador e da bursa subacromial durante a elevação do braço. Embora a redução da inflamação e o controle da dor sejam objetivos iniciais fundamentais, o fortalecimento muscular direcionado é crucial para restaurar o equilíbrio biomecânico e prevenir recidivas.

Porque o fortalecimento é o pilar da reabilitação?

Na SIO, a biomecânica da articulação sofre alterações que frequentemente envolvem desequilíbrio entre os músculos estabilizadores (como o manguito rotador) e os músculos mobilizadores (deltoide, peitoral). O fortalecimento muscular, quando bem prescrito, reequilibra essas forças, reduz a sobrecarga mecânica sobre os tendões e melhora o espaço subacromial, promovendo maior conforto e funcionalidade.

Como estruturar o fortalecimento muscular na SIO?

  1. Fase inicial: ativação dos músculos estabilizadores profundos

    • Objetivo: Recrutar o infraespinhal, supraespinhal, redondo menor e subescapular com baixa carga e controle motor.

    • Exercícios:

      • Rotação externa isométrica com faixa elástica: Paciente sentado, cotovelo a 90°, resistência leve, foco na ativação sem elevação escapular.

      • Elevação escapular controlada: Contra resistência manual, reforçando a sinergia entre trapézio inferior e serrátil anterior.

    • Detalhes clínicos: A ativação precoce desses músculos evita compensações deletérias do deltoide e do trapézio superior, comuns na SIO.

  2. Fase intermediária: fortalecimento progressivo e controle motor dinâmico

    • Objetivo: Integrar a ativação dos rotadores com a estabilização escapular durante movimentos ativos.

    • Exercícios:

      • Remada baixa com foco na retração escapular: Faixa elástica ou polia, cotovelos junto ao corpo.

      • Elevação frontal e lateral até 90° com resistência leve: Atentar para a qualidade do movimento, sem dor ou compensações.

    • Progressão: Aumentar resistência e volume progressivamente, respeitando a resposta inflamatória.

  3. Fase avançada: fortalecimento funcional e especificidade

    • Objetivo: Preparar o paciente para demandas específicas, incluindo velocidade e resistência muscular em amplitudes maiores.

    • Exercícios:

      • Padrões de movimento com bola medicinal: Arremessos e recepções controladas, enfatizando desaceleração e controle excêntrico.

      • Treino em cadeias cinéticas fechadas: Push-up plus, enfatizando estabilidade escapular e controle motor integrado.

    • Considerações: Importante monitorar sinais de fadiga muscular que podem comprometer a técnica e favorecer sintomas.

Dicas práticas para otimizar o fortalecimento na SIO

  • Feedback constante: Uso de espelho, biofeedback ou toque manual para garantir ativação muscular correta.

  • Progressão criteriosa: Nem sempre o aumento de carga significa melhora; priorize sempre a execução técnica.

  • Educação do paciente: Explicar a importância do fortalecimento e o papel dos músculos estabilizadores aumenta a adesão ao tratamento.

Investir em um protocolo de fortalecimento detalhado, que respeite a fisiologia do ombro e as fases de cicatrização, é o diferencial para o sucesso no tratamento da Síndrome do Impacto. Para fisioterapeutas que desejam ampliar seu repertório com exercícios testados, progressões seguras e estratégias avançadas, o EBOOK 150 Exercícios de Fisioterapia na Ortopedia é uma ferramenta indispensável.

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