Perfil do pesquisador fisioterapeuta brasileiro





O amadurecimento e a consolidação de uma profissão dependem do trabalho dos seus membros em ampliar e aprimorar o corpo de conhecimento disponível para a atuação profissional de forma a torná-lo capaz de gerar diretrizes para uma prática eficaz. A prática clínica baseada em evidências pode ser exercitada pela integração de experiências individuais vivenciadas na prática com evidências científicas de qualidade disponíveis na literatura pertinente. Essas evidências científicas são produzidas por pesquisadores da área e publicadas em periódicos de qualidade editorial, atestadas por processo criterioso de revisão por pares e indexação em bases bibliográficas.

Uma profissão de saúde consolidada, por sua vez, pode conseguir preparar os seus membros para atender as necessidades terapêuticas da população, assim como prever demandas clínicas e preventivas futuras. Dentro dessa perspectiva, conhecer o perfil do pesquisador fisioterapeuta, tendências em sua formação, sua produção científica e capacidade para formação de futuros pesquisadores ajudam tanto a construir uma fotografia de nossa identidade atual quanto a projetar cenários futuros. Como ações de capacitação dependem de apoios, parece igualmente importante caracterizar os principais recursos de fomento que temos recebido do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência e Tecnologia, que é a principal agência nacional de apoio individual ao pesquisador para o fomento de pesquisa científica e tecnológica (http://www.cnpq.br).

Com o intuito de traçar um perfil de pesquisadores e da produção científica, estudos internacionais utilizaram uma combinação de bases bibliográficas e relatórios de programas de graduação e pós-graduação em Fisioterapia de docentes pesquisadores credenciados. No entanto, essa combinação de fontes foi considerada incompleta por pesquisadores que apreciaram o último estudo americano1 publicado sobre o assunto, os quais produziram várias cartas ao editor, contestando o método adotado. Os principais pontos mencionados indicam que o artigo subestimou os resultados da busca efetuada porque, dentre outros aspectos, as bases consultadas consideram apenas a afiliação do primeiro autor para cada artigo. Assim, quando o primeiro autor era de outra área, os fisioterapeutas coautores não foram incluídos no levantamento, assim como os pesquisadores fisioterapeutas ligados a programas com denominações de outras áreas.

Considerando que, no Brasil, dispomos de um poderoso recurso de informações sobre pesquisadores, que é Plataforma Lattes do CNPq7, a qual disponibiliza on line currículos preenchidos pelos próprios pesquisadores, optamos pelo uso dessa fonte para o levantamento das informações utilizadas no presente estudo. Essa opção é reforçada pelos seguintes fatos: a expressiva maioria dos pesquisadores com doutorado no país possui currículo Lattes, necessário para solicitar qualquer tipo de auxílio; todos os pesquisadores cadastrados em programas de pós-graduação possuem esse currículo por exigência da avaliação dos programas realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); as informações são fornecidas pelos pesquisadores, que utilizam senha para acesso e que precisam atestar formalmente a veracidade das informações prestadas, o que pode torná-las mais precisas.

Considerando que a profissão alcança 40 anos de existência formal no Brasil (Decreto-lei N. 938/1969)8 e que conhecer nossas características poderá contribuir para uma melhor compreensão de nossa identidade e da definição de perspectivas futuras, nós traçamos aqui um perfil do pesquisador fisioterapeuta quanto a aspectos de sua formação, área de atuação, produção científica e formação de novos pesquisadores, assim como descrevemos o fomento e bolsas, no país, obtidos pela área do CNPq em passado recente.

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