Classificação de Angle e Simon.





1 - INTRODUÇÃO

A classificação da maloclusão tem sido tradicionalmente uma ferramenta importante nos procedimentos de diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico. Uma classificação ideal deveria sintetizar os dados do diagnóstico e inferir o plano de tratamento.

Devido a importância da classificação das malocusões, como um redutor dos dados de diagnóstico, relataremos de maneira suscinta sistemas como os de Angle, Simon e Lischer para a classificação das anomalias dentofaciais.


2 - HISTÓRICO

Desde a antiguidade, dentes mal posicionados trazem certos problemas para alguns indivíduos e tentativas para corrigir estas desordens datam de pelo menos 1000 anos a.C. Aparelhos ortodônticos primitivos e surpreedentemente bem elaborados, foram encontrados nas escavações gregas e etruscas. A medida que a odontologia se desenvolveu nos séculos XVIII e XIX, um grande número de dispositivos para a "regularização dos dentes" e sistemas de classificação foram descritos por vários autores e utilizados esporadicamente por dentistas da época.

O que chamamos hoje de oclusão normal já tinha sido descrito no século XVIII por John Hunter. Carabelli, na metade do século XIX, foi provavelmente aquele que primeiro descreveu um sistema de classificação anormal no relacionamento entre as arcadas dentárias superior e inferior. O termo mordida topo a topo e overbite, são na realidade derivadas do sistema de classificação de Carabelli. O termo Ortodontia (Orthodonsie) foi originado por um francês chamado Lefoulon, aproximadamente na mesma época em que o interesse por estes problemas tornavam-se comuns.

Após 1850 apareceram os primeiros tratados que descreveram a ortodontia de maneira sistemática, o mais notável destes é o de Norman Kingsley - Oral Deformities . Kingsley influenciou significativamente a odontologia americana durante a última metade do século XIX. Apesar das suas contribuições e de seus contemporâneos, a ênfase da Ortodontia permaneceu no alinhamento dos dentes e na correção das suas proporções faciais, prestando-se pouca atenção à oclusão dentária. Numa época em que a dentição intacta era uma raridade, os detalhes de relações oclusais eram considerados sem importância.

Edward Hartley Angle  desenvolveu um conceito de oclusão normal, o que aconteceu no final do século XIX. Segundo Angle, a cúspide mésio-bucal do primeiro molar superior repousa no sulco bucal do primeiro molar inferior e se os dentes ocluem nos arcos de maneira alinhada, resultará em uma ocusão ideal. Angle descreveu três tipos básicos do que ele chamou de maloclusão, representando desvios na dimensão antero posterior.

A classificação de Angle foi rapidamente aceita pela pelos profissionais odontólogos da época devido a ordem introduzida, o que era até então uma confusão com respeito as relações das arcadas dentárias.

O sistema de Angle, para classificar as maloclusões foi imediatamente reconhecido, apesar de possuir deficiências. Um dos mais severos críticos foi Calvin Case, que apontou no método de Angle certo descuido no relacionamento dos dentes com a face, isto é, no perfil facial. Outra crítica feita por Case e outros profissionais era que, embora a maloclusão fosse um problema tridimensional, no sistema de Angle somente os desvios antero-posteriores foram levados em consideração.

As deficiências no sistema original de Angle levaram a uma série de adições informais no passado. Diversas subdivisões de Classe I foram propostas por Martin Dewey, inicialmente discípulo e defensor de Angle e mais tarde seu rival. Paulatinamente, as modificações da classificação de Angle foram estendidos para referirem a quatro características distintas, porém relacionadas



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