Músculos Escalenos e a síndrome do Desfiladeiro Torácico






O que é a Síndrome do desfiladeiro torácico? | Clínica Dr. Hong ...

O músculo Esacaleno é um dos músculos que formam o desfiladeiro torácico ou desfiladeiro cervicotoracobraquial.

O desfiladeiro torácico ou desfiladeiro cervicotoracobraquial é formado pela:

Clavícula;
Primeira costela;
Músculos escaleno anterior e médio;
Subclávio;
Peitoral menor;
Vasos sublávio axilares;
Plexo braquial.

Também é composto de sítios estreitos devido às estruturas musculares, neurovasculares e ósteoligamentares.

Os músculos escalenos (do latim: “escada”) são três músculos cervicais pareados, correndo das vértebras cervicais para as duas costelas superiores.
Assim eles formam um teto sobre a pleura e o ápice torácico.
Estes músculos levam à elevação da primeira ou segunda costelas e podem estar ativos durante a inspiração.
A inervação é levada por ramos diretos dos plexos cervical e braquial (C3-6).
Fatos sobre os músculos escalenos
Anterior Origem: tubérculo anterior das apófises transversas de C3 a C6
Inserção: primeira costela (tubérculo anterior)
Inervação: nervos espinais cervicais de C4 a C6
Função: elevação da 1ª costela e inclinação do pescoço (inspiração forçada)
Médio Origem: tubérculo posterior das apófises transversas de C3 a C7
Inserção: primeira costela posteriormente ao músculo escaleno anterior
Inervação: ramos anteriores dos nervos espinais cervicais
Função: flexão lateral do pescoço e elevação da 1ª costela na inspiração forçada
Posterior Origem: tubérculo posterior das apófises transversas de C5 a C7
Inserção: segunda costela
Inervação: ramos anteriores dos nervos espinais cervicais C6 e C7
Função: flexão lateral do pescoço e elevação da 2ª costela na inspiração forçada

Os músculos escalenos têm três funções principais:

Os músculos escalenos elevam as costelas, e consequentemente o tórax. Por essa razão, eles são também considerados como músculos acessórios da inspiração.

Flexão lateral: uma contração unilateral dobra a coluna cervical para o lado.

Flexão ventral: uma contração bilateral do músculo escaleno anterior causa a dobra da coluna cervical para a frente.

Um triângulo interescaleno muito estreito comprime o plexo braquial e a artéria subclávia (síndrome do escaleno), causando parestesia, e mais raramente distúrbios circulatórios (ex.: edema, isquemia) e dor. Tipicamente o lado ulnar e o dedo mínimo são afetados.

Causas da síndrome do escaleno podem ser, entre outras, uma hipertrofia dos músculos escalenos devido à sobrecarga crônica e variações ou deformidades da primeira costela.

A síndrome do Desfiladeiro Torácico se refere à compressão das estruturas neurovasculares na região do triângulo intercostoescalênico, espaço subcoracóide/retropeitoral ou triângulo costoclavicular. Ela geralmente é exercida pelo músculo escaleno anterior no triângulo intercostoescalênico. Em algumas situações, pode ocorrer devido à existência de alterações na morfologia da primeira costela, costelas cervicais, bandas musculofibróticas e músculos anâmalos.

Os locais clássicos de compressão pela Síndrome do Desfiladeiro Torácico são:

Triângulo intercostoescalênico (entre os músculos escalenos e a costela);
Espaço costoclavicular (entre a clavícula e a costela);
Espaço retrocoracopeitoral (entre o peitoral menor e a clavícula).

Esta compressão é exercida, a maioria das vezes, pelo músculo escaleno anterior no triângulo interescaleno. Também pode resultar existência de:

Bandas musculofibróticas;
Alteração da morfologia da primeira costela;
Costelas cervicais;
Músculos anómalos.

A hipertrofia do escaleno anterior exerce forças de tração em direção superior na primeira costela, condicionando um maior ângulo de abertura desta. Assim, comprime as raízes inferiores do plexo braquial. Por outro lado, a hipertrofia deste músculo exerce também compressão transversal, tanto por forças posteriores como anteriores. As forças posteriores afetam a artéria subclávia e o plexo braquial, já as anteriores comprimem a veia subclávia.

No que respeita à apresentação clínica, a SDT carateriza-se pela diversidade de sintomas neurológicos, venosos e arteriais. De acordo com a predominância de sintomas definem-se três formas:

Neurogénica (mais frequente, 95 a 98%);
Venosa;
Arterial (esta última menos frequente, em aproximadamente 1% dos casos).

Os sintomas neurológicos são originados em 90% dos casos por envolvimento das raízes C8-T1, causando variados sintomas. A dor, essencialmente cervicobraquial, é originada por compressão de ramos do plexo braquial e fibras simpáticas integradas no plexo, estando estas últimas implicadas em dor torácica que pode simular angina.

O diagnóstico preciso da Síndrome do Desfiladeiro Torácico é controverso, sabe-se que a compressão do plexo braquial, da veia subclávia ou axilar, ou da artéria através de diversas fontes podem resultar nos sintomas que acometem a região do desfiladeiro torácico, mas o diagnóstico da patologia se baseia muito nas queixas subjetivas e na avaliação clínica.

Quando se refere às queixas subjetivas avaliam-se os quadros de dor e parestesia dos membros superiores, já em relação à avaliação clínica aplicam-se testes que quando os resultados são positivos acabam provocando a diminuição do pulso radial e reproduzem os sintomas nervosos.

Os testes aplicados são:
  • Teste de Ross- com movimentos rápidos de abertura e fechamento das mãos e o ombro elevado, rotado externamente e em 90° de abdução, com o cotovelo fletido em uma duração de 3 minutos;
  • Teste de Adson- o paciente roda a cabeça para o lado sintomático, estirando a cervical e inspirando profundamente;
  • Teste de Wright- mantém o ombro em abdução de 180° com o cotovelo fletido durante 1 minuto;
  • Teste Costoclavicular ou Teste de Halsted- é provocada a diminuição do espaço costoclavicular posicionando os ombros em posição recuada e deprimida como uma postura militar.
Além disso são realizadas:
  • Avaliação eletrodiagnóstica, com a finalidade de identificar compressões nervosas distais;
  • Avaliação radiográfica, sendo um exame útil para observar alterações ósseas como grande apófise transversa de C7 e costela cervical;
  • Ressonância magnética, que pode mostrar um desvio do plexo braquial e das bandas fibrosas;
  • Avaliação angiográfica, com a finalidade de identificar uma compressão arterial.
 Publicado em 17/10/12 e revisado em 12/05/20



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